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FC Alverca esconde dos autarcas acordos com o Benfica mas leva 54 mil € da Câmara de VFX
Carlos Patrão, vereador do BE no executivo de Vila Franca de Xira, quer que a direcção do FC Alverca preste contas à autarquia

FC Alverca esconde dos autarcas acordos com o Benfica mas leva 54 mil € da Câmara de VFX

Município liderado por Alberto Mesquita, que atribuiu 54 mil euros ao clube ribatejano, solicitou formalmente acesso ao acordo assinado entre o FC Alverca e o SL Benfica. Fernando Orge não quer divulgar o documento e deixou o autarca a ver navios.

O presidente da Câmara de Vila Franca de Xira, Alberto Mesquita (PS), solicitou formalmente ao presidente do Futebol Clube de Alverca, Fernando Orge, que lhe fosse enviada cópia do acordo assinado entre o Futebol Clube de Alverca e o Benfica mas Fernando Orge deixou o autarca a ver navios e negou-lhe acesso ao documento.
O gabinete de Alberto Mesquita enviou um pedido formal à direcção para facultar o documento depois do vereador do Bloco de Esquerda, Carlos Patrão, ter pedido para consultar o seu teor. O objectivo era clarificar de que forma o FC Alverca poderá, alegadamente, permitir nesse acordo o usufruto, pelo SL Benfica, das suas instalações, financiadas e apoiadas em parte pelo município.
A resposta de Orge foi negativa argumentando que o protocolo assinado consagra uma cláusula de confidencialidade cujo conteúdo impede a sua divulgação ou cedência a terceiros. O Benfica, através do chefe de gabinete do presidente e após contacto de O MIRANTE, confirma que o acordo entre os dois clubes tem cláusulas de confidencialidade. Para que haja a divulgação do documento é preciso que ambas as partes autorizem. E como o FC Alverca não quer que o teor do acordo seja público, “naturalmente, não será o SLB a divulgá-lo”, esclarece.

Vereador critica sigilo
Alberto Mesquita recusa comentar a atitude de Fernando Orge e da direcção do FC Alverca desabafando apenas que “há coisas na vida que são o que são”. Mas o vereador Carlos Patrão, na última reunião de câmara, não escondeu o desconforto com a atitude do dirigente. Isto numa semana em que se discutiu o envio de mais dinheiro para as associações do concelho e onde o FC Alverca é a agremiação mais apoiada na lista, recebendo um cheque do município de 53.790 euros. Um valor bem acima de outras associações do sector social, que apoiam idosos, crianças e produzem actividades culturais, que receberam verbas entre os 110 euros e os 35 mil euros.
“O Alverca está associado a uma Sociedade Anónima Desportiva (SAD) e do nosso ponto de vista há uma contaminação entre as SAD e o clube. Apesar dos chorudos apoios que o clube recebe existe um acordo entre uma SAD e o FC Alverca. Quando existem estas dúvidas, e perante a tentativa de as clarificar, o que existe é o recurso ao sigilo dizendo que é privado e que não temos nada a ver com isso. Não aceito e não posso deixar passar isto”, criticou o vereador do Bloco de Esquerda.
O que se sabe é que o FC Alverca, liderado por Fernando Orge, assinou um acordo em 2019 com o Benfica liderado por Luís Filipe Vieira, ex-presidente do FC Alverca, visando estreitar a relação entre as estruturas do futebol de formação dos dois clubes no futuro. A intenção era potenciar o intercâmbio de jovens atletas, a partilha de conhecimentos e a realização de jogos de treino e preparação.
O MIRANTE contactou o FC Alverca para obter mais informação sobre este assunto, mas o clube não respondeu até ao fecho da edição.

À margem

Dinheiros públicos para o FC Alverca e uma “ave” rara chamada Orge

A Câmara de VFX distribui cerca de 800 mil euros para as associações do concelho. O FC de Alverca foi a colectividade que recebeu o subsídio mais chorudo. Curiosamente, o presidente da colectividade recusou-se a dar conhecimento à autarquia de um acordo com o Benfica alegando confidencialidade. Caso para dizer que Fernando Orge é um espertalhão que acha que pode manobrar os autarcas do seu concelho como manobra os dirigentes das secções do clube a quem impõe a lei da rolha, uma atitude que faz dele uma espécie de ave rara do dirigismo associativo.
O acesso do clube aos dinheiros públicos da autarquia não o demoveu de continuar a esconder informação que deveria ser conhecida do executivo. Veremos como acaba a novela. Para já fica a nota: o Futebol Clube de Alverca quer ser financiado pelos contribuintes e não se acha no direito de prestar contas.

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