uma parceria com o Jornal Expresso

Edição Diária >

Edição Semanal >

Assine O Mirante e receba o jornal em casa
31 anos do jornal o Mirante

No Centro Hospitalar do Médio Tejo vacinam-se  também canalizadores, informáticos e “outros” 


No Centro Hospitalar do Médio Tejo (Hospitais de Abrantes, Tomar e Torres Novas), em data que não é referida na notícia de O MIRANTE, foram vacinadas pessoas que não deviam ter sido vacinadas, por não fazerem parte dos grupos prioritários, nomeadamente um administrador e três elementos do secretariado.
Perante denúncia pública do sucedido a administração emitiu um comunicado em que diz que se tratou de aproveitar vacinas cujo prazo estaria a acabar. E aqui cito a vossa notícia.
“(...) o CHMT afirma que vários profissionais, previamente seleccionados para a toma da vacina, faltaram sem aviso prévio, e, uma vez que as vacinas têm um prazo de validade muito curto, chamaram “à pressa” três elementos do secretariado e um do conselho de administração para não perderem a oportunidade”.
Muito me espanta que a validade da vacina seja tão curta que seja necessário “chamar à pressa”. E mais me espanta que num centro hospitalar com centenas de profissionais de saúde, muitos dos quais não estavam vacinados, não tenha sido possível, mesmo à pressa, encontrar alguém desse grupo prioritário para ser vacinado, em vez de quatro pessoas que não pertencem a qualquer grupo prioritário.
Vale a pena recordar que nos grupos prioritários definidos para a primeira fase da vacinação estavam: profissionais de saúde envolvidos na prestação de cuidados a doentes; profissionais das forças armadas, forças de segurança e serviços críticos; profissionais e residentes em Estruturas Residenciais para Pessoas Idosas (ERPI) e instituições similares e profissionais e utentes da Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados (RNCCI).
E vale a pena lembrar porque, no comunicado citado pelo jornal, o Centro Hospitalar refere que foram integrados no seu plano de vacinação profissionais considerados essenciais “ao adequado funcionamento do Centro Hospitalar do Médio Tejo, em particular no apoio às áreas dedicadas à Covid-19 (...) como canalizadores, electricistas, informáticos, gestão de acesso/tramitação de doentes e gestão de recursos humanos, entre outros.”
Não encontro cobertura legal para esta inclusão de electricistas, informáticos, trabalhadores de recursos humanos e os tais “outros”, onde provavelmente se incluem administradores e elementos do secretariado, num plano próprio, criado pelo CHMT, à margem dos grupos que estão previamente definidos nas três fases nacionais de vacinação. Mas devo ser um dos tais que, como foi dito a O MIRANTE, “revelam profunda ignorância sobre o funcionamento hospitalar”.
Rui Ricardo

Mais Notícias

    A carregar...

    Capas

    Assine O MIRANTE e receba o Jornal em casa
    Clique para fazer o pedido