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Ódio de estimação de Moita Flores a Santarém atingiu as elites
Menos de um mês antes das eleições em Santarém, Moita Flores deu uma entrevista ao extinto jornal “O Ribatejo” onde já deixava adivinhar as razões que o levaram a deixar a cidade e o concelho

Ódio de estimação de Moita Flores a Santarém atingiu as elites

Moita Flores saiu da política autárquica de Santarém zangado com quase toda a gente que o apoiou nomeadamente com os jovens do PSD que recrutou para iniciar a sua vida política no concelho. Sete anos depois bateu com a porta e por causa da sua má gestão alimentou um ódio de estimação que, aparentemente, atingiu toda a elite de Santarém.

Moita Flores voltou a ser notícia por estar a ser acusado pelo Ministério Publico de se ter deixado corromper por um empresário da construção civil. Um filho de Moita Flores e o arquitecto António Duarte, ex-funcionário da autarquia, também fazem parte dos acusados.
Os crimes decorrem de factos praticados entre os anos de 2009 e 2010, no contexto da construção do parque de estacionamento subterrâneo e outras obras realizadas no Jardim da Liberdade, em Santarém.
A mais recente reacção de Moita Flores a estas acusações do Ministério Público foram proferidas num programa de televisão, onde o escritor criticou as elites de Santarém por não se interessarem pela cidade e, sem referir nomes, chamou “contabilista” ao actual presidente da câmara, Ricardo Gonçalves, com quem saiu zangado da cidade assim que abandonou o cargo para se candidatar à Câmara de Oeiras, eleição que perdeu para Paulo Vistas, do movimento “Isaltino - Oeiras Mais à Frente”.
Um mês antes das eleições onde Ricardo Gonçalves ganhou pela primeira vez a presidência da câmara, Moita Flores já tinha definido o seu antigo vereador como um político sem “cabeça para a herança que deixamos”, numa entrevista ao extinto jornal O Ribatejo, que dedicou metade da primeira página à conversa com o candidato à Câmara de Oeiras, numa tentativa falhada de interferir na escolha dos eleitores do concelho de Santarém.
A forma como Moita Flores se defendeu em recente programa da TVI, considerando-se inocente, apelidando Ricardo Gonçalves de ser uma pessoa sem estatuto, assim como Ramiro Matos, que foi igualmente seu vereador e braço-direito, só confirma o ódio de estimação que Moita Flores levou de Santarém em 2012 quando abandonou o cargo e tentou a sorte em Oeiras, onde politicamente a vida lhe correu mal.
Recorde-se que Moita Flores chegou a Santarém com a promessa de pagar a divida da câmara em 100 dias e, quando saiu, deixou uma divida maior do que a que encontrou. O actual presidente da câmara foi acusado durante os primeiros anos do seu mandato de não fazer investimentos por andar a pagar a dívida de Moita Flores. Mesmo assim Ricardo Gonçalves não pagou, e quer renegociar com o Governo, a compra dos terrenos da Escola Prática de Cavalaria e o edifício do antigo presidio onde funciona o Centro de Investigação Joaquim Veríssimo Serrão.

Jardim da Liberdade pode dar prisão

Ex-autarca de Santarém defende-se de acusações de corrupção chamando nomes a Ricardo Gonçalves e Ramiro Matos
O DIAP de Évora concluiu a investigação do caso Moita Flores e acusa o ex-presidente da Câmara de Santarém do crime de corrupção. Segundo uma nota publicada no site do Ministério Público, foi requerida “a condenação solidária dos arguidos no pagamento ao Estado do montante de 300 mil euros”. Para além de Moita Flores, são acusados no processo o filho deste, um ex-funcionário da câmara e um empresário da construção civil, que terá sido o corruptor activo. Há duas empresas que são acusadas de branqueamento.
De acordo com a acusação, “o ex-presidente da Câmara Municipal de Santarém recebeu vantagem patrimonial do empresário da construção civil, por intermédio de sociedades comerciais ligadas ao respectivo grupo empresarial e ao filho do primeiro, pela prática de actos contrários aos deveres do cargo que exercia.
A investigação foi conduzida pela Unidade Nacional de Combate à Corrupção. Moita Flores é suspeito de ter recebido 300 mil euros para favorecer uma empresa de construção civil - ABB Construções - que recebeu uma indemnização de 1,8 milhões de euros no negócio da construção de um parque de estacionamento em Santarém.
O MIRANTE soube que os valores desta indemnização nunca terão sido pagos e que a Câmara de Santarém está a tentar reverter a concessão de todo o estacionamento para a posse da autarquia. Ricardo Gonçalves admite essa possibilidade e diz que, dependendo dos valores em causa, a intenção da autarquia é mesmo tomar conta de todo o estacionamento automóvel na cidade pagando, dentro do que for razoável, a devida indemnização à empresa.

Ódio de estimação de Moita Flores a Santarém atingiu as elites

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