Partidos querem mais acção no combater à poluição no Nabão
No espaço de uma semana BE, PS e PSD tomaram posição sobre os constantes episódios de poluição no rio Nabão, em Tomar. Oposição critica má comunicação e a impunidade de quem polui. Grupo parlamentar do PS quer Governo a financiar despoluição do rio.
Os constantes episódios de poluição no rio Nabão, em Tomar, levaram na última semana vários partidos políticos a tomarem posição e a manifestarem a sua revolta face à impunidade e incapacidade para se resolver o problema.
Na reunião de câmara, que se realizou na segunda-feira, 1 de Fevereiro, os vereadores do PSD apresentaram um requerimento que pretende saber, entre outras questões, que medidas foram tomadas para aferir o nível de poluição das descargas de águas residuais no rio, e se estão previstas obras de melhoramento no funcionamento da ETAR (Estação de Tratamento de Águas Residuais) de Seiça, apontada como uma das principais fontes de poluição do rio.
Um dia depois, o Bloco de Esquerda (BE) publicou uma nota lamentando a impunidade com que se repetem os crimes contra o ambiente e a saúde das populações, criticando também a falta de informações sobre o assunto por parte da Câmara de Tomar, presidida por Anabela Freitas (PS), e do Ministério do Ambiente. “A fiscalização dos agentes poluidores não parece fazer parte das rotinas do município”, refere o documento.
Também um grupo de deputados do PS, entre os quais os eleitos pelo distrito de Santarém, apresentou um conjunto de recomendações urgentes ao Governo para que promova medidas que assegurem o financiamento da despoluição no rio Nabão, procedendo também ao apuramento das suas fontes de poluição e à necessária fiscalização.
Recorde-se que o próprio município de Tomar emitiu recentemente um comunicado onde fala em preocupação e vergonha pelos episódios recorrentes de poluição lamentando que as câmaras municipais não tenham poder para intervir directamente nas questões relacionadas com os rios fora de espaço urbano.
Anabela Freitas afirmou que “não é possível fiscalizar ou entrar em espaços privados, menos ainda quando as situações ocorrem no espaço territorial de outros concelhos”, dando o exemplo da ETAR de Seiça, em Ourém. A autarca já disse, por várias vezes, ser necessário um investimento na ordem dos 22 milhões de euros para resolver o problema da ETAR de Seiça e do que está a montante, como a separação das redes de águas pluviais e de águas residuais domésticas do concelho de Ourém.
Refira-se que a Câmara de Tomar já apresentou várias queixa-crime contra desconhecidos devido aos episódios de poluição no rio.