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Touradas e traulitadas: no Ribatejo a tradição ainda é o que era!

Tempestivo Manuel Serra d’Aire

A Câmara Municipal de Santarém ressuscitou o conceito de Bloco Central que, nos anos de turbulência política que se seguiram à revolução de 25 de Abril de 1974, governou de forma fugaz e sem grande glória este país, juntando PS e PSD. A partir daí os dois maiores partidos portugueses rumaram cada um para seu lado e correram sempre em pistas separadas: quando um governa o outro é oposição e vice-versa.

Pois bem, na capital do Ribatejo nasceu um projecto político que pode ser um exemplo para a governabilidade do país, com este casamento com comunhão de bens entre PSD e PS, uma geringonça à moda do centrão. O PSD venceu as eleições sem maioria absoluta e vai dar uns lugarzinhos e alguns pelouros ao PS (e como os partidos gostam de lugares e de Poder...) para assim garantir uma governação sem grandes sobressaltos. Sempre fui um adepto da concórdia e da distribuição equilibrada de poderes e riquezas, pelo que não posso deixar de me congratular com este desfecho que merece atenção do grupo de sábios que atribui o Prémio Nobel da Paz.

Igualmente em foco neste início de mandato esteve o executivo da Câmara de Azambuja, mas no caso devido à Covid-19 que deixou fora de jogo três eleitos da oposição logo na primeira reunião de câmara. A Covid ainda anda por aí e, pelos vistos, em Azambuja parece estar feita com os socialistas, tal a sua selectividade na escolha dos autarcas que contagiou.

Mas a Câmara de Azambuja não mereceu ser notícia só por isso. É que, na semana passada, a autarquia decidiu oferecer bilhetes para uma tourada a menores de 16 anos respondendo assim à letra às intenções do Governo de alargar o limite mínimo de idade para assistir a espectáculos tauromáquicos, de 12 para 16 anos.

Os azambujenses aficionados rejubilaram com esta operação especial da autarquia em defesa da preservação das tradições e da sua promoção junto das novas gerações. Os mais relutantes defendem que a Câmara de Azambuja podia ter optado antes por oferecer guloseimas aos petizes no fim-de-semana de Halloween, mas autarca ribatejano que se preze não dá confiança a americanices e prefere sempre as tradições lusitanas. Além disso as guloseimas fazem mal aos dentes e à diabetes; e as bruxas, como todos sabemos, nunca foram figuras muito benquistas cá pelo burgo e, em tempos, até chegaram a ser carne para churrasco...

Ainda falando em tradições, num jogo de futebol do escalão de infantis, entre o Samora Correia e o Benavente, os pais dos putos, que se encontravam na bancada, engalfinharam-se ao sopapo na bancada, dando um belo exemplo aos filhos. Nada que não aconteça regularmente por esses campos de futebol durante os jogos de miúdos, se não com sopapos, pelo menos com vernáculo digno de fazer corar o Fernando Rocha. Há que mostrar aos petizes como é que se defende a honra do clube ou da terra num país que começou a desenhar-se após um filho bater na mãe. Viva Portugal!

Um abraço quebra-ossos do Serafim das Neves

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