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Feira de São Simão volta ao Sardoal mas precisa de se reinventar
Depois de um ano de interrupção devido à pandemia Feira de São Simão regressou ao Sardoal. Rosa Pereira vende frutos secos na Feira de São Simão.. Ricardo Ferreira vem da Covilhã vender castanhas e nozes à Feira de são Simão, que considera uma das melhores feiras a nível nacional. Além dos frutos visitantes aproveitam para comprar roupa

Feira de São Simão volta ao Sardoal mas precisa de se reinventar

Depois de um ano de interrupção devido à pandemia a tradicional e secular Feira da Fossa voltou a marcar o dia 28 de Outubro no calendário anual de eventos na vila. Este ano com fraca adesão de público numa feira que talvez precise de se reinventar para não ir morrendo aos poucos.

Dois anos depois a secular Feira de São Simão regressou ao Sardoal com mais feirantes do que em 2019 mas com menos público. A suspensão da feira durante um ano, por causa da pandemia de Covid-19, parece ter afectado a mobilização popular, como disse a O MIRANTE a vereadora do Turismo da Câmara do Sardoal, Patrícia Reis. Também os feirantes se queixaram que o negócio já teve melhores dias.

A Feira de São Simão, também conhecida como Feira da Fossa, acontece todos os anos a 28 de Outubro, que este ano calhou a uma quinta-feira, o que pode explicar a fraca adesão popular. As bancas são na sua grande maioria de venda de roupa e de frutos secos. Nota-se a ausência do cheiro a castanha assada, fruta da época, e também não há os habituais comes e bebes. Os feirantes vêm de vários pontos do país e de concelhos vizinhos, como Mação, Abrantes e Torres Novas.

Reza a história que a Feira de S. Simão é uma das mais antigas do país. Realiza-se todos os anos no Sardoal a 28 de Outubro, dia de S. Simão e, noutros tempos, marcava a chegada dos “capuchos”, homens e mulheres da região da Beira Baixa que se deslocavam para a apanha da azeitona. Segundo relatos antigos, a feira remonta aos anos de 1750, numa altura em que o maior negócio era o do gado, uma das razões para o antigo nome que, entretanto, caiu em desuso.

A memória dos sardoalenses só chega ao tempo em que a feira era o que é hoje: uma montra de frutos secos onde se misturam vendedores de roupas e sapatos, entre outros artigos. A feira realiza-se dentro da vila e estende-se ao longo das ruas mais conhecidas do Sardoal.

Ricardo Ferreira, 43 anos, vem da Covilhã para vender castanhas e nozes e conta a O MIRANTE que é uma das melhores feiras a nível nacional. Rosa Pereira, 56 anos, natural de Torres Novas, é uma estreante na feira do Sardoal e a sua banca é uma das mais concorridas enquanto permanecemos por perto.

Maria Clara Ferreira, 60 anos, vem de Abrantes e monta a banca do calçado na Feira de S. Simão há mais de quatro décadas. Conta a O MIRANTE que tem fregueses no Sardoal que lhe compram calçado todos os anos. Diz conhecer bem a dedicação dos clientes da terra e uma das suas freguesas habituais, Maria Ribeiro, 60 anos, residente na vila, acaba de comprar um par de sapatos e de confirmar as palavras da feirante. Diz que prefere comprar o calçado a Maria Ferreira porque é mais barato e de qualidade superior ao da sapataria dizendo que assim ainda lhe sobra dinheiro para umas calças.

A origem do nome Feira da Fossa

O nome Feira da Fossa é quase tão antigo como a feira. Quando a principal actividade era a venda de gado os vários currais com animais e o cheiro desagradável que se fazia sentir levou a que o nome tivesse pegado. A história foi contada por um popular que cruzou caminho com o repórter de O MIRANTE enquanto conversava com um feirante sobre o assunto. Também vários dos feirantes questionados sobre o antigo nome da feira concordaram com a versão.

Feira de São Simão volta ao Sardoal mas precisa de se reinventar

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