Mau tempo apanhou Escola Ginestal Machado sem cobertura e deixou marcas
Remoção de coberturas em fibrocimento de escola de Santarém, que devia ter sido iniciada no Verão, começou na altura em que a chuva regressou em força. O temporal do final da semana passada causou danos em equipamentos informáticos e em salas de aula que rondarão os 200 mil euros. Parte do edifício ficou inoperacional e as necessárias obras obrigam alunos do secundário a voltarem ao ensino à distância.
O mau tempo que se registou no final da semana passada causou danos na Escola Secundária Ginestal Machado, em Santarém, onde poucos dias antes tinham iniciado as obras para remoção das coberturas em fibrocimento, material que contém amianto. A intervenção devia ter começado nas férias de Verão mas não avançou, alegadamente, porque o empreiteiro teve dificuldade em garantir o material necessário junto dos fornecedores.
O temporal danificou equipamentos informáticos e nas salas de aula que se estima rondarem os 200 mil euros, segundo disse o vereador Nuno Russo (PS) na última reunião do executivo da Câmara de Santarém.
Devido à situação e à necessária intervenção para reparação dos prejuízos, os alunos do ensino secundário da Escola Ginestal Machado vão estar pelo menos duas semanas em regime de ensino à distância.
Em comunicado, a direcção do Agrupamento de Escolas Dr. Ginestal Machado aponta o dedo à empresa contratada pela Câmara de Santarém pelo incumprimento dos prazos previstos, situação que também já havia merecido críticas da autarquia.
“Na sequência do não cumprimento por parte do empreiteiro - Empribuild - na execução da remoção do fibrocimento, agravado pelas condições meteorológicas adversas nos últimos dias, e consequentes efeitos deste, revela-se fundamental, por um período previsto de duas semanas, a implementação de um plano de ensino à distância para as turmas do ensino secundário regular, com início no dia 2 de Novembro”, lê-se no comunicado assinado por António Pina Braz, director do Agrupamento de Escolas Dr. Ginestal Machado.
Na mesma informação refere-se que, apesar da intervenção nas coberturas, o edifício “reúne condições de segurança e adequação funcional para o seu normal funcionamento, excepto os pisos 2 e 4”. Sendo assim, os alunos do 3º ciclo e dos cursos profissionais continuarão em regime de aulas presencial.
Ainda segundo o mesmo comunicado, a empresa ter-se-á comprometido a executar as obras agora, durante uma reunião tida no dia 31 de Outubro com representantes da Direcção Geral dos Estabelecimentos Escolares, Câmara Municipal de Santarém, Agrupamento de Escolas Dr. Ginestal Machado.
O presidente da Câmara de Santarém, Ricardo Gonçalves (PSD), disse que houve reuniões com o empreiteiro e que este se comprometeu a accionar o seguro de obra para ressarcir a escola dos prejuízos causados pelas inundações ocorridas nalgumas zonas. O autarca lamentou que a empresa não tenha vindo a cumprir o plano de trabalhos previsto aquando da adjudicação.
Empreitadas a passo de caracol
Conforme já noticiámos, a Câmara de Santarém decidiu investir 886 mil euros em diversas intervenções de melhoria do parque escolar, nas quais se inclui a remoção de coberturas de fibrocimento. O município assinou no dia 1 de Julho o auto de consignação para as empreitadas de remoção e substituição do fibrocimento na Escola Secundária Dr. Ginestal Machado, E.B. 2,3 D. Manuel I em Pernes, E.B. 2,3 Mem Ramires e E.B. 2,3 Alexandre Herculano.
Os trabalhos foram entregues à empresa Empribuild, Lda. Os prazos de execução variavam entre os 120 e 180 dias, consoante as escolas, e até à data não há nenhuma das obras concluídas, sendo que as de Pernes e da Alexandre Herculano ainda nem sequer começaram. Esse atraso obrigou a Câmara de Santarém a ratificar na última reunião o reajustamento dos planos de trabalhos das diversas intervenções.
A única empreitada de remoção e substituição do fibrocimento já concluída foi na E.B. 2,3 D. João II, adjudicada à empresa CPW Engenharia, Lda.