Enfermeiros do Hospital de Vila Franca de Xira continuam a contestar administração
Ministério da Saúde e a administração da Unidade de Saúde Local Estuário do Tejo continuam a ouvir críticas dos enfermeiros por não conseguirem resolver o “apagão” do tempo de serviço dos enfermeiros e da falta crónica de profissionais que os obriga a realizar muitas horas extraordinárias.
Os enfermeiros que prestam serviço no Hospital de Vila Franca de Xira continuam descontentes com o Ministério da Saúde e o conselho de administração da Unidade Local de Saúde (ULS) Estuário do Tejo e realizaram a terceira greve este ano, reivindicando a contabilização dos anos de serviço e a contratação de mais profissionais.
Na manhã de terça-feira, 17 de Dezembro, 87% dos enfermeiros do hospital aderiram à greve, obrigando ao encerramento do bloco operatório, das consultas externas e deixando as urgências gerais a funcionar apenas com serviços mínimos. “Esta greve mostra o descontentamento dos profissionais, em particular com o apagão que tem sido feito aos anos de trabalho dos enfermeiros”, explica a O MIRANTE Marco Aniceto, enfermeiro do hospital e dirigente nacional do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP), estrutura que convocou a greve.
Os enfermeiros continuam a exigir a contabilização de todos os anos de serviço no Serviço Nacional de Saúde (SNS) para efeitos de progressão na carreira, a transição de todos os enfermeiros especialistas para a respectiva categoria, a urgente contratação de mais enfermeiros para dar resposta às necessidades e a regulação dos horários de trabalho, com a implementação das 35 horas semanais. “Em Agosto fizemos 7 mil horas de trabalho extraordinário”, diz Marco Aniceto.
O sindicalista lamenta que a administração do hospital tenha adoptado uma postura de “black-out” para com os enfermeiros e pede ajuda. “A responsabilidade é partilhada entre o Ministério da Saúde e o conselho de administração, que estão a tentar empurrar a responsabilidade de uns para os outros. Falamos com o ministério eles dizem que a administração do hospital tem autonomia para decidir. Falamos com a administração dizem que tem de haver autorização do ministério. E andamos assim. É uma injustiça”, critica. Os enfermeiros admitem continuar a luta até que as suas reivindicações sejam ouvidas.