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Acusado de violência doméstica desiste de candidatura a união de freguesias de Torres Novas

Nuno Vasco, escolha da coligação PSD/CDS para a União de Freguesias de Torres Novas está acusado pelo Ministério Público de agredir, humilhar e intimidar a ex-namorada. No dia em que foi para as bancas a anterior edição de O MIRANTE onde se dava conta da acusação, anunciou a desistência da candidatura alegando inocência.

Nuno Vasco, a escolha da coligação AD - Tempo de Avançar (PSD/CDS) para a União de Freguesias de Torres Novas (São Pedro, Lapas e Ribeira Branca), desistiu da candidatura, anunciou a coligação, explicando que a decisão partiu do próprio. Em causa está o facto de Nuno Vasco ser arguido e estar acusado pelo Ministério Público (MP) do crime de violência doméstica contra a ex-namorada, enfermeira de profissão, residente em Torres Novas. Um caso que foi divulgado por O MIRANTE num artigo publicado na edição que foi para as bancas a 26 de Setembro, dia em que Nuno Vasco apresentou a renúncia.
Embora se assuma como “inocente”, o antigo director do jornal O Almonda, diz que a decisão visa “não prejudicar o trabalho de uma equipa candidata às autárquicas e de uma coligação”. E frisa que todos têm direito à presunção de inocência, escreve o Mais Ribatejo citando um comunicado.
Segundo a acusação à qual O MIRANTE teve acesso, o Ministério Público considera que Nuno Vasco “agiu consciente e voluntariamente”, “com propósito concretizado de, por forma repetida e continuada, maltratar a ofendida, ofendendo-a na sua integridade física e psicológica, provocando-lhe dores, ferimentos, sofrimento […] e lesões verificadas”. Entende ainda o MP que o arguido agiu com “propósito de insultar e ofender a ofendida na sua honra, humilhando-a na qualidade de mulher, o que pretendia, levando-a a manter uma baixa auto-estima”.
Caso venha a ser condenado por violência doméstica, o MP pede que lhe sejam aplicadas penas acessórias de proibição de contactos com a vítima, afastamento da sua residência e local de trabalho e de obrigação de frequência de programas específicos de prevenção de violência doméstica.
Na acusação, o MP descreve que o arguido, movido por ciúmes “desferiu uma cotovelada” à ofendida, “atingindo-a na zona do peito, causando-lhe dores e ferimentos, como hematoma”. Noutras situações, é descrito, empurrou-a e apertou-lhe o pescoço, provocando-lhe dificuldades em respirar e agarrou-lhe os braços com força, causando-lhe dor. Num outro dia, em que a ofendida se encontrava a dormir, o arguido “desferiu[-lhe] uma bofetada na face” agarrando-a de seguida pelos braços, com força, causando-lhe dor e ferimentos, como hematomas. Enquanto se tentava soltar, o arguido “desferiu um pontapé” que a atingiu na face, causando-lhe uma fractura nasal. No dia seguinte, a vítima procurou assistência médica no Hospital do Entroncamento, onde foi sujeita a exame pericial e se comprovou que tinha uma fractura do osso nasal e esquimoses espalhadas pelos braços.
A enfermeira, após este episódio, terminou a relação amorosa, mas segundo a acusação a violência não parou por aqui. O arguido “não se conformou com o final da relação de namoro” e “passou a efectuar várias chamadas e enviar mensagens à ofendida” durante o dia e noite, entre uma e quarenta mensagens por dia, às quais não tinha resposta. Deslocava-se também a casa dela, de madrugada, “perturbando-a e intimidando-a”, tendo chegado a bater à porta uma vez e a deixar-lhe flores. Perante esta conduta, o Ministério Público entende que Nuno Vasco tinha intenção de “provocar medo, prejudicar e limitar os movimentos” da ofendida, revelando “desconsideração e desprezo pela mesma”.

Apresentou queixa depois de saber que era arguido
Nuno Vasco apresentou denúncia contra a ex-namorada, dois dias depois de ter sido constituído arguido, mas o MP considerou que “a versão do denunciante não merece credibilidade” e que apresentou a denúncia como forma de “retaliação”. O MP decidiu, por isso, o arquivamento da denúncia, tendo em conta o facto de o arguido alegar ter sido vítima de agressões mas não ter apresentado “quaisquer elementos de prova que demonstrassem ferimentos”, além de as testemunhas ouvidas terem apresentado versões diferentes de Nuno Vasco. A O MIRANTE, Nuno Vasco alegou que existe um acordo e que o caso não vai seguir para julgamento. Por sua vez, fonte próxima da vítima confirma que foi recebido um pedido para acordo por parte do advogado de Nuno Vasco, mas que não foi aceite, sendo desejo da ofendida que o caso siga para julgamento.

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