Imaginação contabilística não tem limites para a fixação do preço da água
Em concelhos servidos pelo mesmo sistema a consumos de água iguais correspondem preços totais diferentes. E com tantas nuances e variáveis não será descabido falar em “contorcionismo financeiro”.
As discussões políticas que por vezes ocorrem a propósito do preço da água em cada concelho tornam-se absurdas quando olhamos com atenção para aquilo a que geralmente chamamos a factura da água. Se num mês gastarmos 5 metros cúbicos e se o preço de cada metro cúbicos de água for 38 cêntimos, a conta a pagar não é de um euro e noventa (1,90), como nos indica uma simples multiplicação, mas quase onze euros (11). Isto no concelho de Almeirim porque noutro qualquer da região o preço é diferente.
Entre o custo da água e o total a pagar que é indicado em cada factura há uma grande diferença que tem a ver com contas de multiplicar e de somar ditadas por escalões, tarifas variáveis, tarifas fixas, taxas e mais taxas, relativas não só à água mas também ao saneamento e à recolha do lixo.
Cada município e cada sistema tem os seus preços e mesmo em casos como o da empresa intermunicipal Águas do Ribatejo, que serve os concelhos de Almeirim, Alpiarça, Benavente, Chamusca, Coruche, Salvaterra de Magos e Torres Novas, as famílias que num mês consumam exactamente a mesma quantidade de água, vão pagar uma conta diferente, consoante o concelho onde residam. Água e saneamento têm os mesmos preços mas a recolha dos resíduos sólidos urbanos tem preços diferentes de município para município.
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