O MIRANTE falou com um artista plástico, um sociólogo e uma psicóloga sobre a importância de pensarmos e as consequências de não pensarmos ou de nos limitarmos a copiar acriticamente pensamentos e formas de pensar que nos encaminham ou reencaminham.

João Maria Ferreira defende que é fundamental que seja transmitida, sobretudo aos mais jovens, a importância da liberdade de pensamento, de constante questionamento da informação que nos é dada. Num tempo em que as redes sociais vieram para ficar, o artista plástico considera que o seu imediatismo acarreta uma falsa sensação de conquista e de uma identidade virtual diferente da realidade. Acrescenta ainda que é difícil combater a desinformação partilhada nas redes sociais, onde qualquer pessoa defende as suas publicações como liberdade de expressão, um dos pilares mais importantes da democracia.

O sociólogo José Garrucho Martins, sustenta que há muita gente que não pensa nem cultiva a busca da informação e que a pandemia, as redes sociais e os programas de comentário na TV fazem-nos pensar cada vez mais pela cabeça dos outros. Uma espécie de “ventriloquia social”, onde não se reflecte nem se cultiva o rigor. Mas tem esperança no poder da leitura como janela para outros mundos e formas de pensar. Na mesma linha, Susana Monteiro, psicóloga, alerta para a necessidade de se estimular o pensamento crítico, sobretudo numa era de pensamento uniformizado e convergente. Destaca ainda a importância de dizer às crianças que têm direito à opinião.

Reportagem desenvolvida na edição semanal de O MIRANTE, em papel, esta quinta-feira nas bancas.