Marinhais uniu-se à dor da família Leal na despedida do pequeno Tomás
A morte do menino de oito anos, de Marinhais, que lutou contra vários cancros emocionou a população, que compareceu em massa nas cerimónias fúnebres. Houve muita emoção e aplausos das centenas de pessoas que quiseram despedir-se de Tomás Leal.
Foi em silêncio que centenas de pessoas fizeram questão de acompanhar o cortejo fúnebre do pequeno Tomás Leal até ao cemitério de Marinhais, concelho de Salvaterra de Magos. Colegas de escola de Tomás, que tinha oito anos e faleceu vítima de cancro, fizeram questão de se despedir do amigo e eram muitos os que foram vestidos com t-shirt branca e seguravam um balão branco.
Dezenas de elementos do Grupo de Intervenção e Segurança Prisional, colegas de profissão do pai de Tomás, vestidos com a farda de trabalho, acompanharam toda a cerimónia e não deixaram José Luís Leal desamparado. O pai segurou o caixão diversas vezes durante o percurso, assim como os seus colegas, que se iam revezando. Vestida de branco, Paula Leal, mãe de Tomás, era o rosto da dor. A irmã de Tomás, Marta Leal, de 13 anos, que também luta contra um tumor, esteve sempre rodeada de amigos.
O momento mais comovente do cortejo fúnebre, acompanhado pelo grupo de motards Soul Fly que apoiou a família com iniciativas para angariar dinheiro para os tratamentos de Tomás e Marta, foi a passagem pela escola que o menino frequentava. Dezenas de crianças, auxiliares e professores estavam à entrada e bateram palmas numa forte ovação que não deixou ninguém indiferente. Já no cemitério de Marinhais soltaram-se dezenas de balões brancos em homenagem a Tomás, que foi um guerreiro ao lutar e ultrapassar tantas adversidades até ser vencido pela doença.
A luta desta família começou há cerca de seis anos quando Marta, agora com 13 anos, travou uma luta contra um osteossarcoma, um tumor ósseo maligno no fémur de uma das pernas. Após vários tratamentos de quimioterapia no Instituto Português de Oncologia os médicos disseram que seria necessário amputar a perna para remoção do tumor.
Os pais não aceitaram e foram à procura de alternativas que não implicassem um processo tão doloroso. Encontraram uma clínica em Pamplona que lhes deu esperança. Após uma cirurgia e alguns tratamentos, os resultados confirmaram que 98% do tumor tinha desaparecido e Marta poderia fazer a sua vida normal. O mesmo aconteceu com Tomás. Os médicos em Portugal deram-lhe o mesmo diagnóstico: amputação da perna.