Fuga de Vale dos Judeus detectada 40 minutos após evasão
A fuga dos cinco evadidos do Estabelecimento Prisional de Vale de Judeus foi registada pelos sistemas de videovigilância pelas 09h56 de sábado, 7 de Setembro, mas só foi detectada 40 minutos depois, quando os reclusos regressavam às suas celas.
A fuga dos cinco evadidos do Estabelecimento Prisional de Vale de Judeus foi registada pelos sistemas de videovigilância pelas 09h56 de sábado, 7 de Setembro, mas só foi detectada 40 minutos depois, quando os reclusos regressavam às suas celas. De acordo com o director-geral de Reinserção e Serviços Prisionais (DGRSP), Rui Abrunhosa, ficou registada “no sistema de videovigilância a fuga dos cinco indivíduos pelas 09:56”.
Segundo Rui Abrunhosa, que falava em conferência de imprensa na sede do Sistema de Segurança Interna (SSI), a informação só foi comunicada aos órgãos superiores “cerca de 40 minutos depois, pois só nessa altura, aquando do regresso às celas individuais, se deu conta que faltavam cinco indivíduos com recurso ao sistema de videovigilância”.
“A partir desse momento foram desencadeadas todas as acções. Neste momento está em curso uma investigação através do serviço de auditoria e de segurança para saber o que possa ter falhado”, disse. “Algo falhou, porque senão as pessoas não tinham fugido”, reiterou.
Questionado sobre o que terá falhado na parte da observação das câmaras de videovigilância [cerca de 200], o responsável dos serviços prisionais disse que essa é uma das vertentes que terá de ser apurada na investigação interna que está em curso. "Com certeza que devia haver [guardas a olhar para as imagens de videovigilância,]. Se não houver ninguém isso é uma falha muito grave na segurança", disse, admitindo que a quadrícula [das imagens das 200 câmaras] é grande e que é necessário apurar o que falhou.
Questionado sobre se sente que tem condições para se manter no cargo, Rui Abrunhosa afirmou que não faz parte da sua maneira de ser desistir perante contrariedades e que, apesar de nestas situações ser "fácil tirar a toalha ao chão e ir embora", o seu entendimento é de que se deve ficar "até ao fim, até as coisas serem esclarecidas". Porém, afirmou, se notar que a confiança em si depositada não existe mais, não ficará à espera que lhe digam para sair.
Os responsáveis da GNR e da PSP presentes na conferência de imprensa detalharam também as medidas tomadas e accionadas por cada uma das forças de segurança na sequência da fuga dos cinco detidos, considerados muito perigosos. No caso da GNR, foi referido, todo o dispositivo foi informado e está em alerta, com o comandante do Comando Territorial da GNR de Lisboa, tenente Coronel João Fonseca a sublinhar que a "palavra-chave" é colaboração e cooperação.
Também o superintendente da PSP presente na conferência de impressa afirmou que as forças estão todas juntas neste desafio comum que é recapturar os evadidos, reiterando a perigosidade dos indivíduos em causa e a necessidade de cuidado na sua abordagem.
Durante a conferência de imprensa, o secretário-geral adjunto do SSI, Miguel Vieira, foi questionado sobre se foi equacionado o restabelecimento do controlo de fronteiras na sequência da fuga dos cinco presos, tendo esclarecido que não. "Para uma situação confinada como esta, [essa solução] não é adequada nem proporcionada", disse, salientando que tanto a GNR como a PSP já estabeleceram as medidas consideradas adequadas para se fazer esse controlo.
O SSI disse no sábado que foi "agilizada a cooperação policial internacional" para a captura dos evadidos. Questionado pela Lusa, o Ministério da Administração Interna (MAI) de Espanha respondeu que “as forças de segurança do Estado espanhol dispõem de respostas operativas adequadas para fazer face a este tipo de situações”.