Sociedade | 10-09-2024 19:46

Fuga de Vale de Judeus demorou seis minutos e só foi detectada uma hora depois

Fuga de Vale de Judeus demorou seis minutos e só foi detectada uma hora depois

A ministra da Justiça, Rita Alarcão Júdice, explicou que a fuga de cinco reclusos da prisão de Vale de Judeus, em Alcoentre, no sábado, 7 de Setembro, “demorou seis minutos” e só foi detectada cerca de uma hora depois.

A ministra da Justiça, Rita Alarcão Júdice, explicou que a fuga de cinco reclusos da prisão de Vale de Judeus, em Alcoentre, no sábado, 7 de Setembro, “demorou seis minutos” e só foi detectada cerca de uma hora depois. “A operação de fuga de cinco reclusos começou às 09h55 com a intrusão de três indivíduos no perímetro externo do estabelecimento prisional. A evasão dos reclusos teve início às 9h57. O último recluso a evadir-se ultrapassou a vedação exterior do estabelecimento prisional, às 10h01. Assim, segundo este relatório, a evasão demorou seis minutos e foram usados recursos (como duas escadas) que não existiam no interior do estabelecimento prisional”, referiu.

Rita Alarcão Júdice indicou de seguida que a fuga foi “detectada por dois guardas, quase em simultâneo, pelas 11h00”, ou seja, cerca de uma hora depois, sendo que um dos guardas estava no pavilhão da prisão e o outro circulava de viatura no perímetro interior quando se deparou com uma escada. “O alerta dado a toda a corporação ocorre entre as 11h04 e as 11h08”, acrescentou.

“Nos relatos recebidos vimos desleixo, vimos facilidade, vimos irresponsabilidade e vimos falta de comando. Também vimos decisões erradas ou ausência de decisões nos anos mais recentes. Temos fundamento para concluir que a fuga de cinco reclusos resultou de uma cadeia sucessiva de erros e falhas muito graves, grosseiras, inaceitáveis que queremos irrepetíveis”, acrescentou.

A ministra da Justiça esclareceu também que entre o início da fuga e a comunicação ao órgão criminal competente, neste caso a GNR, “mediaram 83 minutos” e que no sábado estavam escalados 35 elementos da guarda prisional, dos quais 33 guardas e dois chefes de equipa. Assegurou também que o “sistema de videovigilância estava operacional e a funcionar” e que o guarda responsável pela monitorização das imagens “estava no seu posto”.

Segundo a governante, o relatório que hoje recebeu sobre a evasão dos cinco reclusos da prisão de Vale de Judeus expôs “uma sucessão de fragilidades”, mas adiantou que o documento não vai ser divulgado publicamente. Cinco reclusos fugiram no sábado do Estabelecimento Prisional de Vale de Judeus, em Alcoentre, no concelho de Azambuja, distrito de Lisboa.

Os evadidos são dois cidadãos portugueses, Fernando Ribeiro Ferreira e Fábio Fernandes Santos Loureiro, um cidadão da Geórgia, Shergili Farjiani, um da Argentina, Rodolf José Lohrmann, e um do Reino Unido, Mark Cameron Roscaleer, com idades entre os 33 e os 61 anos. Foram condenados a penas entre os sete e os 25 anos de prisão, por vários crimes, entre os quais tráfico de droga, associação criminosa, roubo, sequestro e branqueamento de capitais.

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