Aluno que esfaqueou colegas em Azambuja aproveitou ausência de auxiliar
Crime aconteceu quando o agressor percebeu que as auxiliares encontravam-se longe dele. Pais continuam a criticar a postura de silêncio da presidente da direcção do agrupamento.
O aluno de 12 anos que esfaqueou com violência seis colegas - três raparigas e um rapaz - e espalhou o terror na Escola Básica 1, 2 e 3 de Azambuja na terça-feira, 17 de Setembro, aproveitou um momento em que não havia nenhuma auxiliar por perto para atacar aleatoriamente os colegas que encontrou pela frente.
Explorou uma lacuna que há muito, apurou O MIRANTE, atinge o agrupamento de escolas da Azambuja, a da falta de mais auxiliares para acompanhar os alunos. Dois trabalhadores da escola, escutados pelo nosso jornal, dizem que há muito a direcção tem sido alertada para a falta de pessoal mas que a directora, Maria Madalena Tavares, nunca terá encontrado solução para o problema. A responsável, de resto, mantém a postura de silêncio que tem tido desde a primeira hora em que o crime aconteceu e apesar das tentativas de contacto de O MIRANTE para obter esclarecimentos a este e outros assuntos não conseguimos chegar à fala com a responsável. A justificação é de que o Ministério da Educação a impediu de falar. Uma justificação que não convence a comunidade nem alguns pais.
“Ela e a sua equipa não se podem esconder atrás das paredes, emitir um comunicado e pensar que com isso serenam os pais. A mim não me serenam nada.”, critica Albertina Jesus, mãe de uma criança da escola. Também nas redes sociais do agrupamento há pais a criticar a decisão de reabrir a escola no dia a seguir aos ataques. 130 pais não levaram os seus filhos às aulas nesta quarta-feira segundo informação do presidente do município da Azambuja.
O agressor, recorde-se, está a ser alvo de uma avaliação psicológica e fonte da Polícia Judiciária refere a O MIRANTE que o jovem está “emocionalmente desequilibrado” mas que continuará a ser acompanhado.
Até agora a única coisa que se leu da directora da escola é um curto comunicado onde, falando aos “caríssimos pais”, garantia na terça-feira que a situação estava controlada, após um aluno “de forma absolutamente inesperada para todos nós” ter ferido vários colegas, o que há muito já toda a gente sabia. “Graças ao sangue-frio e apoios dos Assistentes Operacionais e dos professores presentes na escola todas as crianças foram prontamente socorridas”, notava, explicando que para repor a normalidade na vida dos alunos, docentes e pessoal da escola a reabertura aconteceu logo no dia a seguir ao ataque. “Hoje, mais do que nunca, temos de encarar estas duras realidades e conquistar, de novo, o sentimento de segurança de todos os nossos alunos, famílias, profissionais docentes e não docentes”, defendia.