Empresas negam acusações de que os animais são deixados para morrer na Herdade da Torre Bela
Empresas arrendatárias do parque solar instalado na Herdade da Torre Bela, no concelho de Azambuja, garantem que os animais são soltos quando ficam presos acidentalmente. Fonte ligada à herdade assegurou que há ordens, vindas de uma outra empresa, para não os soltarem.
A CSRTB Rio Maior S.A. e CSRTB S.A. empresas arrendatárias do mega parque solar instalado numa parte da Herdade da Torre Bela, no concelho de Azambuja, rejeitam as acusações de que os animais são deixados a morrer à fome e sede quando ficam presos acidentalmente em mantas orgânicas. Através de um esclarecimento enviado a O MIRANTE, as empresas arrendatárias garantem que “no caso de se identificar no terreno alguma situação de perigo para os animais, como por exemplo, um animal ficar preso por acidente, as equipas de trabalho seguem o procedimento estabelecido, que passa por assegurar a sua libertação, de imediato e em segurança”.
Uma fonte ligada à herdade que pediu para não ser identificada por medo de represálias, recorde-se, assegurou por sua vez ao nosso jornal que quando os animais ficam presos as ordens que recebem, não da empresa promotora, mas de uma outra, a ACISA, que está a executar a obra, era para os deixarem ficar a morrer. Isto porque, referiu, os animais têm atrapalhado a conclusão do caderno de encargos a que esta empresa está obrigada, nomeadamente a plantação de zonas verdes. Assegura ainda, a mesma fonte, que a ACISA tentou suspender trabalhadores que soltaram um animal preso.
As empresas arrendatárias afirmam que “existe uma estreita cooperação entre o promotor e a Herdade da Torre Bela na preservação das espécies e no cumprimento dos procedimentos estabelecidos, a fim de garantir o bem-estar dos animais”. Sobre o animal retratado na fotografia que ilustrou o artigo publicado na edição de 27 de Fevereiro do nosso jornal asseguram que foi libertado de imediato e regressou autonomamente e em segurança para a zona de montado.
No que se refere ao Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF), a CSRTB Rio Maior S.A. e CSRTB S.A. sublinham que “esta entidade tem acompanhado de muito perto o tema da gestão cinegética na zona de caça da Torre Bela”, tendo realizado a última visita ao local a 14 de Fevereiro. O mesmo se aplica relativamente ao Serviço de Proteção da Natureza e do Ambiente (SEPNA) e à Direção-Geral da Alimentação e Veterinária (DGAV) que, “após deslocação ao local, nada constataram que corroborasse” que os animais estavam a ser deixados para morrer.
Relativamente aos trabalhos de construção, as empresas asseguram que são acompanhados por especialistas de diversos sectores, incluindo na protecção da biodiversidade. “Acreditamos que este projecto será um exemplo da integração entre as diversas actividades de agricultura, silvicultura e agropecuárias que já são desenvolvidas pela Herdade da Torre Bela. Durante a fase de operação da central solar os terrenos sub utilizados para a instalação de estruturas e painéis solares serão utilizados para a ecopastorícia”, explicam.
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