Sociedade | 11-05-2025 12:00

Livros da Carta Arqueológica que levou Judiciária à Chamusca volta à ordem do dia

Livros da Carta Arqueológica que levou Judiciária à Chamusca volta à ordem do dia
Paulo Queimado e Joaquim José Garrido

O livro que levou a Polícia Judiciária à Câmara Municipal da Chamusca foi novamente assunto na assembleia municipal depois de Isabel dos Santos questionar em que tipografia foi impressa a obra. Presidente da câmara diz que vai responder por escrito.

O assunto do livro da Carta Arqueológica do Concelho da Chamusca voltou a ser debatido na assembleia municipal, depois de Isabel dos Santos questionar em que tipografia foi impressa a obra. Recorde-se que o livro está envolto em polémica devido à câmara ter adjudicado a compra de exemplares a uma empresa dos filhos do presidente da assembleia municipal, Joaquim José Garrido, que por sua vez contrataram a empresa do pai para realizar a paginação, acabamentos e impressão da “Carta Arqueológica do Concelho da Chamusca”. O caso levou a Polícia Judiciária aos Paços do Concelho em 2023 e, ao mesmo tempo em que decorriam as buscas no edifício da câmara, outros inspectores realizaram buscas na Zaina e em casa do presidente da assembleia municipal da Chamusca. Mais tarde, o presidente da câmara anunciou em sessão camarária que tinha sido constituído arguido, assim como Joaquim José Garrido.
“Gostaria de saber qual foi a tipografia que fez a impressão do livro. Sei que o Mário Santos (a quem o município dedica o livro) fez algumas descobertas. Esse espólio está acessível para consultarmos?”, questionou Isabel dos Santos.
Paulo Queimado diz que o espólio vai estar no novo arquivo, devidamente catalogado, e que poderão ser visitadas as peças. Sobre a impressão da Carta Arqueológica do Concelho da Chamusca, Paulo Queimado disse apenas que é um assunto que está na esfera da justiça. “Assim que o caso estiver encerrado terei muito gosto em responder. Mas, entretanto, responderei por escrito à nossa munícipe”. Joaquim José Garrido também não se alongou na resposta, referindo apenas que deve-se respeitar a lei.
Isabel dos Santos voltou a usar da palavra: “espero que o presidente da assembleia faça cumprir esta promessa. Já noutras vezes o presidente da câmara me disse o mesmo [que respondia por escrito] e até hoje não recebi nada”, disse, terminando: “sobre a carta arqueológica tenho o direito enquanto munícipe de saber onde vai parar o meu dinheiro. Se os senhores foram constituídos arguidos, deviam ter dado a conhecer aos munícipes o que se está a passar. Nós só servimos para votar?”, rematou.
Tal como O MIRANTE noticiou na altura, o município pagou 18.600 euros pela primeira edição de 500 exemplares da Carta, valor que um ano depois voltou a pagar por uma segunda edição com o mesmo número de exemplares. O caricato da situação é que o município pagou o mesmo valor unitário pela reimpressão dos livros. Na ficha técnica das duas edições impressas não consta, como devia, o número de exemplares e a gráfica onde a obra foi impressa. No entanto, na página da Internet do repositório da Universidade de Évora, onde qualquer pessoa pode ler o livro sem qualquer custo, a ficha técnica diz que o livro foi impresso, paginado e acabado na “Garrido Artes Gráficas”.

Mais Notícias

    A carregar...
    Logo: Mirante TV
    mais vídeos
    mais fotogalerias

    Edição Semanal

    Edição nº 1715
    07-05-2025
    Capa Médio Tejo
    Edição nº 1715
    07-05-2025
    Capa Lezíria Tejo
    Edição nº 1715
    07-05-2025
    Capa Vale Tejo