Gonçalo Sanches: a nossa boca é como um carro de luxo e o sorriso é uma arma
Gonçalo Sanches é médico dentista e assumiu no início deste ano os destinos de uma clínica com um legado histórico em Santarém: a clínica Bart Limburg. Diz que Santarém é uma excelente cidade para implementar ou dar continuidade a um negócio e quer continuar a fazer da clínica uma referência na região no atendimento ao cliente e na promoção da saúde oral.
Santarém já existe na minha vida há 14 anos quando o doutor Bart Limburg me convidou para vir para a sua clínica tomar conta da parte dos implantes e da doença periodontal. Nessa altura a ligação era bimensal. O doutor Bart reformou-se por motivos de saúde e surgiu a oportunidade de ficar na clínica e dar seguimento ao seu legado, que tem como premissa “trabalhamos certinho”. Achei por bem manter o nome da clínica como homenagem ao seu fundador. Já trabalhei em muitos sítios, mas o meu trabalho mais fixo foi em Lisboa. Durante cinco anos abracei um projecto profissional em Londres. Senti que estava na altura de abraçar um projecto onde pudesse meter o meu cunho. Estou como gerente da Clínica Bart Limburg desde o início deste ano.
Santarém é uma excelente cidade para implementar ou dar continuidade a um projecto. O meu foco, sendo a minha especialidade a doença periodontal, é zelar pela saúde oral dos ribatejanos. A periodontologia, sucintamente, trata das gengivas e do osso, os tecidos de suporte do dente. É uma área que aposta muito na prevenção. Fazemos muito trabalho de inspecção de higiene oral e de motivação do paciente. As pessoas hoje têm mais preocupação pela saúde oral, que se manifesta pela regularidade com que vêm ao dentista, mas também nos cuidados que têm em casa. A nossa boca é como um carro de luxo que exige manutenção.
Toda a concorrência é boa, sou fã do mercado a funcionar, agora é preciso que as regras se apliquem a todos da mesma maneira. Somos uma clínica familiar, onde trabalham quatro dentistas e duas assistentes, mas com muitas valências. Temos uma atenção com o cliente que as grandes clínicas ligadas a grandes grupos na área da saúde têm mais dificuldade em ter. A proximidade com os nossos pacientes é dos factores que mais prazer me dá neste trabalho.
As pessoas tornaram-se mais conscientes do seu sorriso. O tratamento ortodôntico é viável em qualquer ponto da vida e é feito nas crianças e nos adultos até bastante idade. O sorriso é uma arma que, infelizmente, tivemos impedidos de utilizar durante estes anos da pandemia. Há vários estudos que indicam que uma pessoa com um sorriso bonito tem mais sucesso em determinadas situações como uma entrevista de emprego por exemplo.
Os primeiros sinais de que a pessoa deve estar alerta é a dor e o sangramento gengival. Há outros sinais, nomeadamente alterações anatómicas ou morfológicas, que podem significar a presença de infecções. A alimentação influencia a saúde oral assim como o stress. Há uma relação directa entre doença periodontal e a diabetes. Sabemos também que a presença de cáries em desportistas pode levar a lesões. A boca como via de entrada no nosso corpo comunica com muita área da nossa saúde. As crianças devem começar a ir ao dentista por volta de um ano de idade acompanhando os pais para se começarem a familiarizar. Por volta dos dois anos deve começar a fazer uma visita regular ao dentista.
Ser dentista é uma profissão exigente. Quando a clínica encerra ainda há um tempo para tratar de planeamento de casos. Depois vem o tempo em família. Fui pai há seis meses e por isso tento aproveitar todos os bocadinhos que tenho para acompanhar o crescimento do meu filho juntamente com a minha mulher, Filipa. Sou um lisboeta que nasceu e cresceu no Areeiro. A minha família sempre me incentivou a estudar e deram-me todas as oportunidades para o fazer. Estava ansioso pelo dia que terminaria o curso e me poderia afirmar enquanto profissional.
Nunca fugi das responsabilidades porque só assim conseguimos formar o nosso carácter. Sou um grande defensor que a entrada na faculdade deveria ter uma componente humana e não ser apenas decidida com base numa média. Sempre tive confiança e noção dos meus limites e quando quis ir mais além fiz formação. Já fiz pós-graduações em Paris e Madrid. Muitos dos meus pacientes têm o meu número de telemóvel. Já cheguei a abrir a clínica num domingo para poder auxiliar. A preocupação com o bem-estar do paciente é constante porque sabemos que muitas vezes não existe à vontade para se queixar.
Tenho alguns familiares heróis como os meus avós que foram longe pela capacidade intelectual e perseverança. Mas tenho uma grande heroína que chamava de minha terceira avó. Era uma senhora sem estudos, mas com uma grande escola de vida e força de viver e que tinha um amor gigante por todas as pessoas. As minhas maiores conquistas foram firmar o meu nome na medicina dentária e a minha aventura internacional.
Quem visita a clínica Bart Limburg recebe simpatia. Tratamos todos os pacientes que nos procuram com simpatia e carinho aliando à qualidade de tratamento e materiais. A clínica vai trabalhar para continuar a ser uma referência e ser reconhecida na região ribatejana como um espaço que promove a saúde oral.