Três Dimensões | 15-11-2023 07:00

Gisela Germano: há falta de novas habitações em Rio Maior

Gisela Germano: há falta de novas habitações em Rio Maior
TRÊS DIMENSÕES
Gisela Germano, proprietária da Rio Magic, em Rio Maior, entrou na Marinha aos 16 anos e diz ter sido uma escola de vida

Empresária de 46 anos, nasceu e cresceu em Asseiceira, aldeia situada a cerca de três quilómetros de Rio Maior. Aos 16 anos, Gisela Germano entrou na Marinha e aos 20 começou a trabalhar no sector imobiliário.

É proprietária da Rio Magic, empresa que criou em 2003. Com a crise do imobiliário, em 2008, apostou na área dos condomínios. Bem disposta e com pensamento positivo recorda a morte da irmã e do pai como os momentos mais difíceis da sua vida. A mãe é a sua heroína e defende que o serviço militar deveria ser obrigatório.

Com 16 anos entrei na Marinha de Guerra Portuguesa. Como era menor de idade tive de ter uma autorização dos meus pais. Estive lá durante quatro anos. Foi uma óptima experiência e fez de mim o que sou hoje: disciplinada, persistente e com espírito de equipa. Fizemos exercícios da NATO, simulamos guerras e ataques durante os tempos em que estive embarcada. Também vigiei a costa portuguesa. Saí porque, como fui uma das primeiras mulheres na Marinha, não havia progressão de carreira e queria ganhar mais. Às vezes tenho saudades, mas foi a melhor decisão que tomei, embora tenha estranhado muito a vida civil ao início.
O serviço militar deveria ser obrigatório. Acho que homens e mulheres deveriam passar por essa experiência, mas o serviço militar mudou muito. Cheguei a marchar contra uma parede e não me fez mal nenhum. A milha filha, de 15 anos, anda a preparar-se para entrar na Academia Militar.
Entrei na área do imobiliário por sugestão do meu irmão. Ele perguntou-me se queria tirar o curso de advocacia, mas coloquei logo de parte. Falou na área imobiliária e decidi arriscar. Tirei o curso de gestão imobiliária durante três anos e estagiei numa imobiliária em Lisboa. Fiquei a trabalhar na capital durante três anos até que decidi regressar a Rio Maior. Comecei a trabalhar com 20 anos e fui muito acarinhada pelas gentes de Rio Maior, que sempre me apoiaram muito. A área dos condomínios surgiu em 2008 durante a crise do imobiliário. Tenho de ter um plano B para quando algo não corre bem. Sou muito positiva e gosto de andar para a frente.
A morte da minha irmã e do meu pai foram os momentos mais difíceis da minha vida. Sou a mais nova de três irmãos. A minha irmã era mais velha cinco anos e era o meu pilar, a minha melhor amiga e confidente. Teve cancro de mama e lutou vários anos contra a doença. Morreu aos 42 anos. Foi há nove anos mas, para mim, parece que foi ontem. Sinto que me falta um membro do corpo. O meu pai também faleceu de doença oncológica. Estava todos os dias no escritório comigo. Lia o jornal, recebia os clientes e orientava alguma coisa que fosse precisa. Eu e o meu irmão mais velho apoiamos os nossos sobrinhos em tudo o que podemos. A minha irmã e o meu pai fazem-me muita falta.
A minha mãe é uma heroína e uma força da natureza. Educou-nos de maneira a sermos responsáveis por todos os nossos actos. Os meus pais foram dos primeiros a ter uma pastelaria em Asseiceira, onde nasci e cresci. Muitos dos jovens que iam à pastelaria pediam conselhos à minha mãe. A minha mãe é conhecida por ser a madrinha de alguns jovens em Asseiceira. Sempre falei sobre tudo com a minha mãe. Nunca houve segredos. Quero que a minha filha tenha a mesma abertura comigo.
Em Rio Maior faz falta construção nova. A cidade tem crescido e expandido muito a vários níveis, mas há a lacuna da construção de moradias e apartamentos. Os construtores não apostam em Rio Maior, provavelmente porque ainda não lhes disseram que a cidade é boa para investir. Tenho muitos clientes que aceitam permutas e outros que não precisam de recorrer à banca para fazer o investimento e há quem não precise da totalidade do empréstimo bancário. É uma situação que tem que mudar para o desenvolvimento da cidade.

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