Três Dimensões | 14-02-2024 21:00

Diana Mota: “poder ajudar os outros faz-me feliz”

Diana Mota: “poder ajudar os outros faz-me feliz”
TRÊS DIMENSÕES
Diana Mota é sub-directora de Recursos Humanos da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa e presidente da comissão política concelhia do PS de Vila Franca de Xira

Diana Mota, 40 anos, nasceu, cresceu e estudou na Póvoa de Santa Iria.

Foi criada na política e logo em criança começou a participar com os pais nas campanhas eleitorais do Partido Socialista. Actualmente é sub-directora de recursos humanos na Santa Casa da Misericórdia de Lisboa e assumiu o lugar de presidente da comissão política concelhia do PS de Vila Franca de Xira, até se realizarem novas eleições.

Vivi na chamada Póvoa velha, em frente ao Grémio Dramático Povoense, mas aos 17 anos mudei-me para a segunda fase da Quinta da Piedade. Estudei na escola primária número dois, onde é actualmente a junta de freguesia, e depois estudei na Aristides de Sousa Mendes. Como na altura não havia ensino secundário na cidade frequentei a Escola Secundária do Forte da Casa.
Tirei o curso superior de Psicologia Social e das Organizações na Universidade Independente, que já não existe. Na altura tinha uma professora de Psicologia Organizacional que me convidou para estagiar na empresa que estava a montar. Era inovadora em Portugal, porque trabalhava a saúde dos trabalhadores das empresas. Na altura, a saúde mental dos colaboradores ainda não era valorizada e funcionava como a oferta de um serviço. Trabalhei nessa empresa até 2006 e depois entrei para a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, onde me mantenho até hoje.
Iniciei as funções na área de psicologia na Aldeia de Santa Isabel onde fazia recrutamento de formandos para os cursos profissionais. Mais tarde integrei a direcção de Recursos Humanos (RH), primeiro como técnica. Evoluí profissionalmente e comecei com avaliação de desempenho e depois gestão de RH e recrutamento. Convidaram-me em 2013 para ser directora de uma unidade e em 2017 convidaram-me para sub-directora de RH, onde estou até agora. É uma função mais macro, em que dou apoio transversal a mais de seis mil trabalhadores.
O maior desafio é o recrutamento. Temos falta de trabalhadores para prestar apoio domiciliário, para os lares e jardins-de-infância e não há. Sinto-me muito feliz e realizada, adoro trabalhar com pessoas, gerir RH e encontrar o lugar certo para a pessoa certa. Gosto muito de receber as pessoas e falar com elas. Tivemos um processo muito especial que foi a integração em 2019 das pessoas do apoio domiciliário que estavam em regime de prestação de serviços há 30 anos. Passaram para os quadros da Santa Casa e foi um marco muito importante para mim. No dia em que recebemos essas cerca de 600 pessoas estavam muito felizes.
A política vem de família. Fui criada na política. Pessoas da minha idade e que entraram há pouco tempo para a política não sabem o que é fazer campanha eleitoral à noite a colar cartazes. Vivi isso tudo com a minha avó e com os meus pais, que fazem parte da política desde muito jovens. Para mim a política existe desde sempre no dia-a-dia. Entrei para a Juventude Socialista da Póvoa e fui coordenadora da secção da freguesia e depois militante do PS. Mais tarde fui convidada pelo Paulo Afonso para integrar a comissão política e depois o secretariado. Estive no último ano como presidente adjunta e agora presidente da concelhia socialista, com a saída do Paulo Afonso.
Fui escuteira muitos anos, no Agrupamento 773, até me casar. Voltei aos escuteiros com o meu filho, na zona ribeirinha, porque ele não queria ir sozinho. Sou vogal na associação de pais do Agrupamento de Escolas Dom Martinho. Tudo o que tenha a ver com a comunidade e poder ajudar os outros interessa-me. É o que me faz feliz.
O maior desafio como presidente do PS é a gestão de tempo. Tenho uma função desafiante no meu trabalho. Vou coincidindo com os meus interesses familiares mas o meu principal desafio é este. As últimas semanas têm sido atribuladas e com muitas reuniões, mas tento fazer o máximo durante a semana para depois poder aproveitar o fim de semana em família. Tenho um filho com 13 anos e uma menina com sete anos. Sempre tentei estar presente nos momentos em que eles mais precisam de mim.
Sou daqueles pais que se inscreve na escola no dia da profissão. No desfile de Carnaval também vou fazer questão de estar presente. Em 2021 estava mais gordinha e comecei a fazer exercício físico. Odeio correr mas faço por uma questão de saúde. Corro com o meu marido, mas ele já corria. Aos sábados e domingos corremos os dois e a minha filha vem de bicicleta.
Dou valor às pessoas leais e verdadeiras. Gosto de pessoas que gostem de ajudar os outros. Temos de ser uns para os outros. Hoje preciso eu e amanhã precisas tu. Já tive desilusões mas isso não me tira esta força de tentar sempre ajudar quem precisa. A preocupação com os meus filhos é que me pode tirar o sono porque eles são o meu bem mais precioso. Estão em primeiro lugar porque tenho as prioridades bem assentes.
O meu filho desde cedo que vive a política e já em criança ia para as campanhas eleitorais. Ele próprio pedia-me para o ir buscar à escola para colocar os panfletos nas caixas de correio. A dada altura dizia que queria ser primeiro-ministro mas isso é relativo.
Gostava que a Póvoa de Santa Iria tivesse uma zona onde pudéssemos reunir muita gente para eventos. Um pavilhão como o Cevadeiro, em Vila Franca de Xira. Faz falta aqui na zona sul um espaço que nos permitisse fazer encontros nacionais, internacionais e iniciativas com as escolas.

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