Três Dimensões | 17-07-2024 21:00

Patrícia Lizardo prefere estar nos bastidores da política e cultivar amizades

Patrícia Lizardo prefere estar nos bastidores da política e cultivar amizades
TRÊS DIMENSÕES
Patrícia Lizardo é funcionária da UDCAS, colectividade do Sobralinho onde cresceu

Patrícia Lizardo, 42 anos, trabalha a tempo inteiro na União Desportiva e Cultural de Aldeia do Sobralinho, colectividade fundada pelo pai e onde cresceu.

Na Juventude Socialista conheceu o pai dos dois filhos, o vereador da Câmara de Vila Franca de Xira João Pedro Baião, com quem está casada. Assume-se uma pessoa de bastidores mas que gosta de estar com os amigos no convívio.

Nasci e fui criada no Sobralinho, estou cá desde sempre. Terminei a escola com 17 anos, fiz o 12º ano e comecei a trabalhar. Não continuei os estudos mas hoje em dia digo aos meus filhos para seguirem a escola. Trabalhei mais de 15 anos em Vila Franca de Xira, em lojas, no atendimento ao público. O João costuma dizer que eu conheço mais gente do que ele, precisamente por ter estado muitos anos atrás do balcão.
A União Desportiva e Cultural de Aldeia do Sobralinho (UDCAS) está no meu coração. Um dos fundadores é o meu pai e o meu avô chegou a ser presidente da colectividade. Tenho uma grande envolvência porque cresci aqui. Anos mais tarde a UDCAS estava de porta fechada e o João decidiu agarrar e dinamizar as modalidades. Na altura eu tinha fechado a nossa loja na cidade de Vila Franca de Xira e estava desempregada. Vim para a UDCAS só para dar uma ajuda, mas a verdade é que estamos em 2024 e ainda cá estou. Não sabia sequer tirar um café mas durante três meses intensivos aprendi tudo. Eu sinto a UDCAS duma maneira muito intensa. Sou funcionária e tenho horário de trabalho mas quando temos eventos trabalho aos fins-de-semana. Fazemos as festas do Sobralinho, desde há três anos, e nesses dias ninguém respira nesta casa.
Sou uma pessoa que gosta de estar nos bastidores. Fui mãe aos 29 anos da Leonor e três anos depois nasceu o Duarte. Tenho um suporte muito grande dos avós. O João sempre andou envolvido na política e associativismo e o mais difícil para eles é a ausência. Os filhos às vezes reclamam um pouco. Tenho insónias e durmo mal. Estou a descansar mas a cabeça está a organizar tudo.
Engulo sapos diariamente por ser esposa do João, mas já me custou mais. Pessoas que não me diziam nada começaram a cumprimentar-me. Sou divertida, expansiva e gosto de estar com os meus amigos e não gosto de ouvir críticas, mas sei a pessoa que tenho ao lado. Passamos à frente e não damos resposta nas redes sociais. Como o João esteve na UDCAS, as pessoas presumem que as regras são furadas e se conseguem as coisas de outra maneira. As pessoas não sabem nada e custa lidar com isso. Nós concorremos a tudo tal como outras colectividades.
Não lido bem com perdas. Estou a recordar-me do aniversário do meu avô, que foi ontem, mas perdi-o há mais de 20 anos. Tive uma fase difícil mas só há pouco tempo percebi porquê. Há cerca de um ano soube que a minha melhor amiga foi diagnosticada com cancro e a minha vida entrou em pausa. Mexeu muito comigo saber que tenho uma amiga de 40 anos a passar pela doença. As pessoas ficaram preocupadas porque me notaram diferente.
Não me vejo sempre na UDCAS a tempo inteiro mas sim apoiar o projecto. Tenho uma amiga a desafiar-me para outras coisas porque diz que sou muito comunicativa. A verdade é que escrevo e faço gestão das redes sociais da colectividade. Nunca é tarde para nada mas sei que é preciso estudos para outras coisas que eu não tenho. Mas já surgiram oportunidades e não aceitei porque não sou de estar sentada atrás de uma secretária. Gosto muito de conversar e sou activa, não me imagino parada em frente ao computador.
Conheci o João numa campanha do PS. Eu estava há mais tempo na Juventude Socialista, mas nunca continuei para outros voos. Eu gostava de andar de um lado para o outro e ainda faço as mesas nas eleições desde os 18 anos. Já fiz parte de listas políticas mas sou mais de ajudar. Vamos ficando apurados com a idade. Sou apologista de sinceridade acima de tudo e amizade. As pessoas não acreditam que sou tímida e reservada porque no meio dos amigos já não sou assim.
Fico desconfortável quando não confio nas pessoas e vejo duas caras. O meu lema é não faças aos outros o que não gostas que façam a ti. O que gosto mesmo é de lealdade e companheirismo e isso dá para tudo na vida.

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