Um vereador do desporto em Salvaterra de Magos que dá o exemplo
Paulo Cação é vereador do Desporto em Salvaterra de Magos e defende que tem a responsabilidade de dar o exemplo no que toca à actividade física.
Treina depois do trabalho, já participou em provas internacionais de trail running e anda de bicicleta pelo concelho. Em fim de ciclo de Hélder Esménio, afirma que está disponível para assumir outro cargo se significar ajudar o Partido Socialista.
Tenho 47 anos e duas filhotas, a Carol e a Inês, de 13 e 10 anos. Vivo nos Foros de Salvaterra com elas e com a minha companheira, a Vânia, que é natural de Glória do Ribatejo. Estudei na escola primária das Cancelas, extinta com o Centro Escolar dos Foros de Salvaterra. Fiz o secundário em Salvaterra de Magos, em Ciências. Não entrei na primeira fase em Medicina e na segunda tinha a possibilidade de Farmácia ou Psicologia Social. Optei por Psicologia no ISCTE. O meu estágio foi na Caixa Geral de Depósitos na área da Psicologia da Saúde e tive uma proposta para ficar. Viagens para Lisboa, trânsito, poluição, não era para mim, estava habituado ao campo. Acabei por voltar à casa dos meus pais, onde fiquei até quase aos 30 anos. Sonhava construir a minha vivenda num terreno que era do meu avô e realizou-se.
Exerci Psicologia Organizacional na área dos Recursos Humanos numa empresa de supermercados do nosso concelho quase dez anos e Marketing na Pelarigo durante quase 4 anos. Descobri a Informática na faculdade e trabalhei quase dois anos numa empresa antes de acabar o curso. O meu pai era uma pessoa de trato algo difícil e bem mais velho do que eu, rígido na educação. Tinha uma empresa de camionagem que fundou com 50 e tal anos porque a agricultura estava complicada. A minha mãe era doméstica.
Eu e os meus amigos jogávamos à bola na rua. Mais velhos começámos a ir para o ringue dos Foros, a nossa infância era jogar futebol, andar de bicicleta e actividades normais dos jovens. Fui dançarino no Rancho Regional dos Foros de Salvaterra dos nove aos 14 anos, não fosse eu de uma família muito ligada ao folclore e o meu pai acordeonista. Com 17 anos comprei uma bicicleta de BTT para fazer desporto. O trail foi uma descoberta quando vim para a câmara em 2013 como adjunto do presidente. Lembro-me de ver muitos amigos meus no Salvaterra Night Runners e pensei “porque não?”. Da mesma maneira que me senti motivado por ver os outros, acho que também funcionamos como influencers.
Quando estou a falar para os mais jovens posso falar em causa própria. Continuo a praticar, mais na área do atletismo e trail e há um ano fiz as 100 milhas no Ultra-Trail du Mont-Blanc, nos Alpes. Utilizo o desporto como rotina, mas também como disciplina. Saúde não é irmos aos hospitais no fim de estarmos doentes, acho que os governos deviam apostar e investir na prevenção. O desporto, seja em que idade for, promove a saúde, equilíbrio mental, aumenta a autoestima e o ego.
Fui praticante de futebol no Grupo Desportivo de Marinhais e dirigente do Grupo Desportivo Forense. Fiz parte da Comissão de Festas dos Foros e da Associação Os Amigos das Festas de Foros de Salvaterra. Sei as dificuldades. Quando era miúdo tínhamos um problema muito grande, era termos os pelados que afastavam alguns da prática desportiva. Fizemos um investimento de mais de meio milhão de euros para dotar o Campo da Pedrinha e o Parque de Jogos do Salvaterrense com relvado sintético. Queremos fazer o pavilhão dos Foros, fizemos o padel e também acho que é importante desenvolvermos a zona desportiva de Salvaterra com um projecto de eficiência energética, iluminação e circuito de manutenção.
As Jornadas do Desporto foram uma ideia minha e tenho o objectivo de começarmos a trazer turmas do terceiro e quarto ano às nossas piscinas. Temos quarenta e tal colectividades desportivas no concelho que têm feito um trabalho muito bom e é preciso potenciar, pensarmos num Gabinete Técnico do Desporto. A ideia é que fiquem cada vez menos dependentes do apoio financeiro do município tendo um plano de actividades cada vez mais rico, orçamento e fontes de receita próprias.
Sempre tive inclinação pelo PS. O meu pai foi candidato à Junta de Freguesia dos Foros pelo PS e membro do executivo. O PS não tinha maioria e o meu pai tinha sido eleito pelo Partido Renovador Democrático (PRD), mas sabiam do antecedente político dele e acabaram por convidá-lo. Lembro-me de apanhar os panfletos do chão e ser quase um socialista ferrenho por convicção. Depois estudei no ISCTE, que é um instituto superior muito politizado, e lembro-me de ouvir palestras do Francisco Louçã. Quando andava na faculdade era mais de esquerda, revia-me nalgumas ideologias, o referendo do aborto, a liberalização das drogas leves e a igualdade de género.
Vamos ter uma mudança de ciclo. Se, futuramente, ajudar o PS passar por outro cargo ou função, estarei disponível. O presidente fez 12 anos e realizou obras bastante importantes. Este executivo tem tentado cobrir várias áreas. Como todos os presidentes de câmara, fazer alcatroamentos também é importante e no nosso município temos muito essa necessidade, nomeadamente em Marinhais e Foros que estão a atrair mais pessoas. A decisão do candidato é tomada por um colectivo. Há uma comissão política que vai decidir e eu estou disponível para ajudar o partido como sempre estive.
Posso enumerar algumas coisas que estando numa lista do PS quero no próximo programa, como a construção de uma ERPI (Estrutura Residencial para Pessoas Idosas) nos Foros ou a Unidade de Saúde em Marinhais. É preciso melhorar as piscinas, ampliar a área administrativa do município, mudar o estaleiro da câmara, dar continuidade a algumas obras do presidente como o canil, mas dava prioridade à habitação social ou a um parque logístico à saída da A13.