Três Dimensões | 20-10-2024 07:00

Marco Rodrigues é o novo líder do CRC Forte da Casa

Marco Rodrigues é o novo líder do CRC Forte da Casa
TRÊS DIMENSÕES
Marco Rodrigues treinou futsal no Clube Recreativo e Cultural do Forte da Casa e agora está ao leme da colectividade

Após anos como treinador de futsal no Clube Recreativo e Cultural do Forte da Casa, Marco Rodrigues deixou o banco para assumir a presidência do clube.

Meteu mãos à obra e está a melhorar as instalações da colectividade e a dinamizar as secções desportivas e culturais, ou não fosse um homem de ideias fixas. Vive um dia de cada vez mas ambiciona uma nova sede para o CRC Forte da Casa e um pavilhão gimnodesportivo.

Nasci na Lapa mas vivi em Marvila até aos 17 anos. Depois vim para o Forte da Casa e estudei em Alverca do Ribatejo. O meu pai era polícia e sempre quis seguir a carreira militar, o que aconteceu aos 18 anos. As primeiras pessoas que conheci no Forte da Casa estavam ligadas ao futsal do Clube Recreativo e Cultural do Forte da Casa (CRCFC). Comecei a colaborar com a modalidade e fui treinador até ao ano passado. Sempre tive o sonho de ser presidente da direcção e concorri às eleições. Esta direcção já mudou muita coisa nos últimos quatro meses e o objectivo é sempre melhorar.
Queremos melhores instalações e aumentar o número de sócios. Para chamar mais pessoas à colectividade temos estado a assinar protocolos com outras entidades que trazem vantagens aos associados. Hoje em dia ninguém quer ser sócio de nada sem que isso lhe traga algum retorno.
Sou um bocado teimoso e defendo as minhas ideias mas tenho perfeita noção disso. Dizem que tenho um coração do tamanho do mundo e que tento ajudar toda a gente.
Nas outras pessoas valorizo a palavra, seriedade, responsabilidade e que sejam amigas. Há mais insegurança no país e só não vê quem não quer. Todos os dias temos notícias de roubos, assassinatos e crimes que não se viam há quatro ou cinco anos. As pessoas estão mais violentas e sem paciência. Todos acham que têm direito a opinar sobre tudo, mesmo sem conhecimento e formação. Isso reflecte-se na atitude dos jovens atletas e nos pais que frequentam o CRCFC.
O que me fez deixar de treinar futsal foi o facto de os miúdos hoje em dia não terem objectivos de vida. Estão habituados a ter tudo e pouco habituados a ouvir um não.
O Forte da Casa e o clube já mereciam ter mais um pavilhão gimnodesportivo. A vila perdeu muito com a união de freguesias. Tenho as minhas convicções mas não estou aqui para fazer política, nem me interessa. Nos tempos livres vejo jogos de futsal mas tenho pouco tempo disponível. A minha esposa, Edite, compreende o que faço até porque nos conhecemos através do clube. Ajuda-nos em tudo e respeita o meu espaço. O equilíbrio é muito importante. A minha filha anda sempre comigo e passa quase mais tempo no clube que eu. Treina kung-do, tal como a mãe que é uma campeã.
Tenho férias quando posso desligar o telemóvel, mas quem corre por gosto não cansa. Vivo o dia-a-dia, idealizo o que quero para o futuro, mas todos os dias é uma nova oportunidade para fazer acontecer. Gostava muito que o CRCFC tivesse uma nova sede e um pavilhão gimnodesportivo. Queremos crescer mas não temos espaço. Nem podemos concorrer aos apoios do IPDJ porque a sede não está legalizada. Os terrenos são da câmara e temos usufruto por 70 anos (faltam 30), mas por estarmos localizados junto ao perímetro das Linhas de Torres as entidades oficiais têm-nos complicado a vida.

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