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Cruz Vermelha Abrantes - Tomar transporta setecentos doentes por mês
Luís Florêncio, Sara Pacheco e Nuno Dias

Cruz Vermelha Abrantes - Tomar transporta setecentos doentes por mês

Fusão das delegações daquelas cidades originou um Centro Humanitário. A fusão de duas delegações da Cruz Vermelha de concelhos diferentes para rentabilização de meios materiais, humanos e financeiros, implicou a definição de uma nova estratégia de actuação e a motivação de trabalhadores e voluntários, sem descurar o lançamento de novos projectos. O director da nova estrutura é Nuno Dias.

O Centro Humanitário Abrantes -Tomar, da Cruz Vermelha Portuguesa, que resultou da fusão, em 2015, das delegações existentes naquelas duas cidades, tem cinquenta pessoas ao seu serviço, metade das quais contratadas. A sua principal fonte de receita é o transporte de doentes para consultas e tratamentos ou entre hospitais, como explica o coordenador da área de emergência, Luís Florêncio.
“O transporte de doentes não urgentes é a nossa actividade principal e onde concentramos a maior parte dos nossos recursos materiais e humanos” refere, acrescentando que são feitos cerca de 650 a 700 transportes por mês, graças aos protocolos estabelecidos com entidades, como seguradoras e hospitais. É nesta área que a organização pretende apostar uma vez que dos dois núcleos da Cruz Vermelha que se fundiram apenas o de Abrantes efectuava transportes, situação que ainda se mantém.
“As receitas angariadas são fundamentais para manter a instituição em funcionamento, permitindo que seja possível pagar os ordenados dos funcionários da instituição e para a manutenção e aquisição de viaturas. Se nós não trabalharmos não temos financiamento”, sublinha o coordenador. E as ambulâncias para transporte também são compradas com o dinheiro ganho uma vez que cada delegação deve ser auto-suficiente.
O Centro Humanitário Abrantes - Tomar tem nove ambulâncias que apesar de ainda serem relativamente novas já contam com muitos quilómetros. “Fazemos meio milhão de quilómetros por ano”, acrescenta Luís Florêncio.
Mas o trabalho da área de emergência não se resume ao transporte de doentes. A equipa daquela área, onde prestam serviço metade dos efectivos, também actua em situações de protecção e socorro e em situações de catástrofe, como foi o caso dos incêndios que afectaram o país no Verão passado, nomeadamente no concelho de Mação, onde durante algum tempo foi a única entidade responsável por fazer a emergência médica em articulação com o INEM.

Trabalho na área social dirigido a famílias vulneráveis e idosos em meios rurais
Para além da área de emergência o Centro Humanitário da Cruz Vermelha Abrantes - Tomar desempenha uma importante função social a vários níveis. Metade dos recursos humanos, na maior parte dos casos voluntários entre os 17 e os 65 anos, a que se juntou alguns dos trabalhadores contratados, que têm entre 22 e 50 anos, nas suas horas vagas, participa nos mais diversos projectos e iniciativas.
O apoio a famílias mais vulneráveis, através da doação de alimentos e roupa, seja de forma pontual ou mais continuada abrangeu cerca de meio milhar de pessoas nos dois concelhos e é uma das acções mais importantes.
Quanto a projectos, o “Ruralmente” arrancou no início deste ano após ter sido um dos vencedores do prémio BPI Séniores 2017 e consiste em rastreios clínicos de memória e de demência e por tertúlias onde são explicadas formas de prevenir e lidar com doenças como o Alzheimer. Está a ser desenvolvido nas freguesias rurais do concelho de Tomar e o público alvo são os cidadãos com mais de 65 anos.
No início de Março arrancou o projecto “Ginásio da Mente”, um espaço onde as pessoas podem praticar, em grupo, exercícios que ajudam ao sistema cognitivo. “O objectivo é proporcionar à comunidade respostas que ajudem no seu bem-estar”, explica a coordenadora da Acção Social, Sara Pacheco.
Nas instalações de Tomar funciona um conjunto de serviços na área da saúde, nomeadamente, consultas de Psicologia, de Nutrição, Terapia da Fala, Neuropsicologia e sessões de Reiki e massagens.
A instituição também disponibiliza outros apoios à população, como o empréstimo ou aluguer de equipamentos de ajuda à mobilidade e material ortopédico, cadeiras de rodas ou camas articuladas. Oferece ainda várias actividades lúdico-pedagógicas de ocupação dos tempos livres, destinadas a crianças entre os 6 e os 12 anos e que estão em funcionamento durante as interrupções escolares. Tem ainda, em Tomar, uma Loja Social, onde se vendem artigos novos e usados, como vestuário, calçado, brinquedos, livros ou material escolar, à comunidade em geral. Os ateliers “Ponto Cruz”, em Abrantes, e “Cruz’Arte”, em Tomar, ajudam a tirar algumas pessoas de casa e permitem angariar alguns fundos através dos trabalhos produzidos.
Ao contrário das Delegações da Cruz Vermelha onde a gestão é feita por uma direcção, no caso dos Centros Humanitários resultantes de fusões de delegações, existe um director profissional contratado.
No caso do Centro Humanitário Abrantes - Tomar, o director é Nuno Dias, que estudou gestão na Escola Superior de Gestão de Santarém e trabalhou no Centro Hospitalar do Médio Tejo, a quem coube a reorganização dos recursos humanos materiais e financeiros. “Tivemos de desenvolver estratégias para conseguir deslocar as equipas de forma a garantir o melhor serviço à comunidade destes dois concelhos. É um trabalho que nem sempre é fácil mas que tem sido feito. Para além disso, a instituição não descurou do seu trabalho e ainda abraçou novos projectos”, sublinha.
No dia 25 de Março, Nuno Dias, recebeu a medalha de dedicação por serviços prestados à Cruz Vermelha Portuguesa.

Cruz Vermelha Abrantes - Tomar transporta setecentos doentes por mês

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