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Sardoal reforça candidatura da Semana Santa a património imaterial

Como processo ainda está em avaliação a câmara juntou mais elementos

A Câmara do Sardoal enviou mais elementos para a candidatura da Semana Santa a património cultural imaterial nacional, aproveitando o facto de o processo ainda estar em fase de avaliação. O pedido para integrar o inventário nacional, gerido pela Direcção Geral do Património Cultural, foi feito em Setembro e entretanto o município recolheu mais elementos e fez novas filmagens, como o da recolha de flores, para enriquecer a candidatura, explica o presidente Miguel Borges.
“Não depende de nós definir o prazo de apreciação da candidatura, mas também não temos pressa, porque queremos elaborar o melhor projecto. O Sardoal tem vivido bem durante muitos anos sem esta classificação”, salienta o autarca, para demonstrar que não está preocupado com o tempo de espera. Miguel Borges realça que o município conseguiu manter e preservar a tradição e entende que “a classificação vai ajudar a que exista alguma orientação e supervisão de alguém que está de fora e que pode ajudar a afinar muitos aspectos que por vezes nós, que estamos muito envolvidos, não notamos”. Mesmo sem a classificação, o autarca diz notar mais gente de fora a visitar as capelas onde são instalados os tapetes de flores, em grande parte devido à divulgação das festas nos canais de televisão.
Esta candidatura pretende dar relevo e salvaguardar as tradições da Semana Santa no concelho do Sardoal, para que estas sejam mantidas e divulgadas de forma consistente e reconhecidas como uma mais-valia a nível nacional. Nesta candidatura estão todas as tradições dos festejos pascais, desde a primeira procissão até ao bodo, que acontece cinquenta dias depois da Páscoa, passando pela elaboração dos tapetes de flores nas igrejas e capelas do concelho e aos anjinhos que acompanham as procissões.
Outro dos objectivos da candidatura é o despertar dos mais jovens para a importância da semana santa. “Desenvolvemos o projecto Capela com os alunos das escolas do concelho, no qual estes desenvolvem um projecto de tapete de flores que depois é aplicado numa capela. Na altura da montagem dos tapetes já conseguimos ver os jovens em interacção com os menos jovens, trocando experiências”, conta o autarca.
O município pretende ainda criar um centro de interpretação da Semana Santa e do património religioso na capela de Nossa Senhora do Carmo. O projecto, que resultou de uma parceria entre a Câmara do Sardoal e o Instituto Politécnico de Tomar, aposta na disponibilização de um conjunto de elementos através das novas tecnologias. O projecto, cofinanciado pelo Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER), em cerca de 143 mil euros, implica a conservação e restauro da capela.
Esta candidatura, sublinhou Miguel Borges, “é uma clara aposta para salvaguardar o património material e imaterial, e manter a memória colectiva da comunidade e história do Sardoal, garantindo a passagem de testemunho para as gerações futuras”.
“Interioridade não é sinónimo de inferioridade”, diz Miguel Borges, lembrando aos decisores políticos a obrigação de aproveitar a interioridade enquanto sinónimo de qualidade, reconhecendo o potencial do concelho do Sardoal, na área do turismo e da cultura, factores de desenvolvimento económico e manutenção da qualidade de vida da população.

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