Jorge Guardado: o médico e empresário que tem a proximidade no coração
O cardiologista Jorge Guardado é um profissional sempre mais próximo do método científico e menos da subjectividade da vida, mas usa o coração, enquanto máquina também ligada às emoções, para tratar as pessoas com responsabilidade e proximidade. Tanto no público, no Hospital de Leiria, como no seu centro clínico Ucardio, em Riachos, que elevou a um patamar de excelência com reconhecimento internacional ao participar na investigação de novos medicamentos.
Jorge Guardado desde novo que gosta de Matemática e de Física e esse interesse foi em parte responsável pela sua ida para Medicina, em Coimbra. Não era um aluno com muito boas notas e começou a aplicar-se mais quando se aproximou o momento de concorrer à universidade. Não tinha vaga em Cardiologia e ainda andou três anos de formação em Medicina Interna até mudar para a área da sua paixão, por ser mais objectiva e com resultados geralmente mais rápidos. O que condiz com a sua forma de ser prática. “O coração é uma máquina, uma bomba e no seu funcionamento tem muitas regras ligadas à Matemática e à Física. É como um motor com ligações eléctricas, válvulas circulação…”, explica o médico que sempre se sentiu atraído por ter resultados imediatos.
Quando não atinge resultados rápidos no diagnóstico ou na resolução do problema sente-se frustrado, admite. “Quando demora mais de uma semana, já me incomoda”, diz. Além da questão física e de ser a máquina da qual depende a vida, o coração também atrai Jorge Guardado por estar ligado às emoções, à afectividade. Condições que estiveram também inerentes em ficar na sua terra e com a sua clínica contribuir para Riachos com o contributo do seu pai que foi o impulsionador da clínica. Hoje a Ucardio é um centro clínico e unidade cardiovascular, de reconhecimento nacional e internacional que continua instalada na freguesia do concelho de Torres Novas.
Jorge Guardado tem a experiência do público e do privado, como coordenador da unidade de intervenção cardiovascular do Hospital de Leiria e como director executivo do Grupo Ucardio. No público, diz, “o compromisso afectivo com as pessoas” faz com que os médicos mantenham os serviços a funcionar com qualidade mesmo quando os profissionais são poucos, o que exige alguns sacrifícios pessoais. Esta ligação às pessoas, realça, exige uma enorme responsabilidade. Como empresário e médico no privado a ligação às pessoas persiste, mas os desafios, sobretudo financeiros e profissionais, são outros.
Para o cardiologista ser empresário afecta-lhe mais o coração do que ser apenas médico apesar do stress do dia-a-dia de quem tem de salvar pessoas. “Como cardiologista tenho um controlo mais efectivo, mais objectivo, sobre a actividade porque depende de mim”, realça. “Como empresário as variáveis mudam todos os dias, a incerteza é maior porque estamos sempre a ver o que é que estão a inventar mais para termos de fazer, o que é que o orçamento de Estado vai ter que nos afecta a activade empresarial”, explica. “Não se consegue estabelecer uma estratégia, um plano, a médio e muito menos a longo prazo, quando todos os anos mudam as circunstâncias em relação às empresas”, realça Jorge Guardado.
Numa empresa do sector da saúde como a Ucardio “há dificuldades em reter recursos humanos, dificuldade em compensar mais as pessoas que trabalham, há dificuldades em gerir a fiscalidade com o empreendedorismo”, refere o empresário. Jorge Guardado salienta ainda que o crescimento sustentado é difícil de se manter com a inflação aliada à competitividade do mercado. O profissional, conhecido pela proximidade e afectividade que mantém com as pessoas, no seu estilo calmo e descontraído, tem uma vida em que o tempo não abunda, mas não consegue estar quieto perante os desafios que encontra e neste momento está a fazer uma pós-graduação no ISCTE em Gestão de Unidades de Saúde.
Perdeu-se um craque da bola e ganhou-se um médico e empresário de excelência
Jorge Guardado estava no quarto ano do curso de Medicina e jogava futebol na Académica de Coimbra quando teve que decidir o que realmente queria. O jovem de Riachos, concelho de Torres Novas, era visto pelos colegas como o descontraído, fora da caixa, com estilo de desportista e não acreditavam que viesse mesmo a ser médico. Desistiu do futebol, com a dúvida de se poderia ir mais longe, porque “é um pesadelo ser um desportista de alta competição e conseguir fazer um curso porque as escolas não estão adaptadas a esta realidade”.
Não só chegou a médico como criou uma das clínicas de cardiologia mais reconhecidas no país e também a nível internacional. O que se deve à capacidade de Jorge Guardado conseguir ter a trabalhar consigo bons profissionais e à sua dinâmica e visão nas áreas da saúde e da economia. O Grupo Ucardio é uma unidade de proximidade e distingue-se pela sua qualidade e rigor, o que leva a que tenha parcerias com a Affidea e que esteja presente no Hospital da Cruz Vermelha. A atestar a capacidade e a confiança clínica que lhe é reconhecida, é o único centro clínico privado que não tem uma dimensão hospitalar dos grandes grupos de saúde que foi escolhido para participar na investigação de um novo medicamento. A Ucardio é também dos poucos centros privados de média dimensão a distinguir-se na investigação e na produção de artigos científicos.
A Ucardio é herdeira da evolução e modernização do consultório de cardiologia de Jorge Humberto Correia Guardado, que começou a funcionar em 2001. Em 2010 abriu novas instalações e desde essa altura tem dotado o centro clínico de equipamentos modernos e de profissionais de excelência. Cada utente da área da Cardiologia tem um médico responsável. O centro, que dispõe de modernos meios de diagnóstico, tem um corpo clínico de três dezenas de profissionais e tem também ao serviço técnicos superiores de saúde.