ISLA de Santarém abre nova licenciatura em consórcio com duas instituições

Curso “Gestão de Dados e Tecnologias em Saúde” abre no lectivo 2025/2026 e é uma parceria entre o ISLA, a Escola Superior de Saúde de Santa Maria (Porto) e o ISEC Lisboa, em colaboração com a start-up portuguesa “.what.if.”.
O Instituto Superior de Gestão e Administração (ISLA) de Santarém vai ter uma nova licenciatura na área da saúde, denominada “Gestão de Dados e Tecnologias em Saúde”. O curso pretende criar um novo perfil profissional com foco na gestão e análise de dados, que actue como suporte base na tomada de decisões nos serviços de saúde. A apresentação da licenciatura foi realizada no ISLA Santarém, no dia 25 de Março, onde o presidente da instituição, Domingos Martinho, adiantou que o curso é uma parceria conjunta entre o Instituto Politécnico de Santarém, a Escola Superior de Saúde de Santa Maria (ESSSM), no Porto, e o Instituto Superior de Educação e Ciências (ISEC) de Lisboa, em colaboração com start-up portuguesa “.what.if.”. Com a duração de três anos, o curso entra em funcionamento no ano lectivo 2025/2026 e vai ter 30 vagas disponíveis para cada instituição, salientando Domingos Martinho que a criação do curso é uma “parceria completa”, com três turmas a funcionar em paralelo e com os mesmos professores nas três instituições.
A coordenação geral da licenciatura está a cargo da cofundadora e diretora-executiva da .what.if, Joana Nabais, que explicou ao O MIRANTE que há uma crescente necessidade de existirem profissionais que possam agir como camada intermédia entre a gestão de dados e as tomadas de decisões na área da saúde. A doutorada em Biologia Básica e Aplicada salienta que já existem gestores de base de dados e os “decisores”, porém há carência de profissionais que consigam traduzir todos os dados adequadamente para aqueles que estão encarregues de tomar as decisões. “É necessário haver profissionais que saibam informar qual é a melhor forma de capitalizar os dados, podendo-se até prevenir e antecipar determinadas situações médicas”, refere.
Actualmente, entre 11% a 36% do volume total de dados a nível mundial é gerado pelas áreas da saúde, no entanto apenas 3 a 5% dos dados gerados por saúde são aproveitados. Face a esta preocupação, o presidente do concelho de administração da ULS do Médio Tejo, realçou a importância desta área da saúde e afirma que uma decisão tomada com base numa informação errada ou inadequada pode ser a diferença entre a vida e a morte, sublinhou Casimiro Ramos.
A nova licenciatura abrange diferentes áreas de conhecimento, sendo as principais a Informática (38%) e a Saúde (38%), seguidas de Matemática e Estatísticas (13%), Gestão e Administração (9%) e a área de Direito (2%). Os estudantes terão um estágio em cada ano do curso e cerca de 25% das aulas vão ser à distância, sendo as aulas presenciais 100% práticas ou teórico-práticas. O público-alvo da licenciatura são alunos de licenciaturas e profissionais da área da saúde que pretendam uma especialização e também alunos de cursos de curta duração (CTeSP).