O fundador do Rio de Janeiro nasceu em Santarém mas pouca gente sabe disso
Estácio de Sá é um ilustre desconhecido da esmagadora maioria dos portugueses, apesar de ter aura de herói no Rio de Janeiro. Um livro de Orlando Raimundo editado pela Rosmaninho, Editora de Artes lança luz sobre essa figura do século XVI e pretende resgatá-la do esquecimento.
O fundador da cidade do Rio de Janeiro, em meados do século XVI, Estácio de Sá, nasceu em Santarém mas é um ilustre desconhecido na sua terra natal e no seu país de origem, onde nem a toponímia lhe faz justiça. É para ajudar a corrigir esse esquecimento que o jornalista Orlando Raimundo e a Rosmaninho, Editora de Arte avançaram para o lançamento de uma biografia daquele que é considerado um dos arquitectos do luso-brasileirismo. Isso mesmo foi realçado na recepção realizada nos Paços do Concelho de Santarém, na tarde de 11 de Abril, a uma comitiva brasileira que está em Santarém para o lançamento do livro “Estácio de Sá – O Herói Desconhecido”, a convite de Joaquim António Emídio, editor da Rosmaninho. Uma sessão a realizar na tarde de sexta-feira na Casa do Brasil.
Foi o próprio presidente da Câmara de Santarém, Ricardo Gonçalves, o primeiro a reconhecer que Estácio de Sá é um desconhecido entre a panóplia escalabitanos que foram protagonistas na História de Portugal. E garantiu que o município irá empenhar-se na divulgação dessa ilustre figura e colocá-lo no patamar que merece. “Para nós é uma honra, sendo um homem que nasceu em Santarém e que tem a importância que tem no Rio de Janeiro”, referiu o autarca, fazendo votos que esta visita seja o início de um novo impulso na relação de Santarém com o Brasil.
Estácio de Sá dá nomes a ruas, a escolas de samba e a uma universidade com um milhão de alunos espalhados por todos os estados brasileiros. Flávio Murilo, reitor da Universidade Estácio de Sá, do Rio de Janeiro, destacou isso mesmo, embora muita gente não conheça a sua história de vida. “É uma referência e um dos nossos heróis, fundador da nossa cidade”, acentuou o académico.
Joaquim António Emídio, editor da Rosmaninho, foi o responsável pela vinda da comitiva brasileira a Portugal, que integra a escritora Ana Miranda - que apresenta também sexta-feira o romance “Musa Praguejadora – A vida de Gregório de Matos” - e dos escritores André Seffrin e Alexei Bueno. Houve emoção no agradecimento aos convidados, com Joaquim António Emídio a considerar Ana Miranda a melhor escritora viva de língua portuguesa.
Esteve também presente Domingos Martinho, director do ISLA Santarém, que expressou a sua disponibilidade para as iniciativas que o município pretenda promover no sentido de homenagear e promover a figura de Estácio de Sá. Referiu ainda que a segunda maior comunidade de alunos do ISLA Santarém é a brasileira, com cerca de cem estudantes.