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Um bacalhau de Natal à moda do Serafim das Neves

Incompassível ManelPois é! Já estamos outra vez no Natal, essa data festiva em que os putos festejam a vinda do Pai Natal e em que os comerciantes esfregam as mãos de contentes por haver tanto otário que ainda acredita nesse velho de barbas brancas que foi inventado pela Coca-Cola. Tudo isto é um embuste muito bem montado e o que eu estranho é que a Igreja Católica, habitualmente tão zelosa dos seus dogmas, tenha deixado desvalorizar o nascimento do menino Jesus na mesma medida em que deixa ganhar protagonismo essa velha carcaça amiga de renas que dizem habitar lá para as bandas do Pólo Norte. Não fosse a ianque Coca-Cola a mãe da criança e já o Bush júnior tinha descarregado uma saraivada de mísseis em cima desse velho desbragado em nome dos valores da fé cristã, da tradição e da sagrada família. Porque se o Saddam anda a pedi-las, o Pai Natal não lhe fica atrás. Graças às suas artimanhas ficamos com as contas bancárias mais áridas que o deserto do Sahara. E não me venham cá com essas histórias de que estamos numa época festiva, de paz e outras aldrabices do género, porque eu, desde que o Sporting levou dois secos do Benfica, já não tenho ouvidos para essas coisas e só me apetece flagelar tudo o que mexa e que vista de vermelho.Manel, pedias-me sugestões para prendas nos sapatinhos às figuras e figurões da região. Pois aqui vão algumas. Portagens no IP 6 a reverterem para as autarquias, nem que fosse só nesta quadra, seriam um óptimo presente para os cofres dos municípios atravessados por essa via. Não seria nada demais e ninguém levaria a mal. Não só por estarmos no Natal, época de solidariedade, como por a ministra das Finanças já ter aberto a caça ao pato com as portagens da CREL. Era só seguir-lhe as peugadas e contar o pilim.Aos presidentes das câmaras de Ourém, Vila Nova da Barquinha e Cartaxo oferecia-lhes um estágio em Amsterdão, naquela rua que a gente sabe, com muito sexo e rock’n roll, para ver se perdiam aquele ar enjoado e seráfico de meninos de coro, sempre muito penteadinhos, e ganhavam contornos de autarcas da pesada, do tipo daquele da Chamusca que anda sempre de cabelos do peito à mostra e de cigarro ao canto da boca.À presidente Anita de Salvaterra de Magos oferecia-lhe uma pistola de alarme de 65 milímetros adaptada, uma caçadeira de canos serrados e dois porteiros de discoteca para lhe servirem de guarda-costas. Se mesmo assim os munícipes insistissem em lhe querer dar coças, o exílio em Cuba ou na Coreia do Norte eram prendas a ter em conta até esfriarem os ânimos.Às câmaras só me restava oferecer-lhes um bilhete da lotaria do Natal e rezar para que lhes saísse, para ver se acabavam os choradinhos de que não há dinheiro para fazer nada, nem sequer para pagar as dívidas. A primeira a ser contemplada deveria ser a de Santarém. Não só por ser a da capital de distrito mas também por ser a mais tesa. Aliás, descobri que é por isso que é governada por um autarca que usa suspensórios. É que o homem já não consegue apertar mais o cinto e só os suspensórios impedem que as calças lhe caiam.Um bacalhau de Natal à moda do Serafim das Neves

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