Foi em Santarém que decorreu o juramento (por D. Dinis) da bula papal que instituiu a Ordem de Cristo.Não custa admitir que este facto histórico tenha sido recordado pelos escalabitanos quando Tomar ascendeu à categoria de cidade e Santarém permaneceu como a “Princesa das nossas Vilas”.O fino sarcasmo tomarense ficou bem evidenciado na “simpática fórmula” com que alguns dos seus cidadãos se dirigiram (entre 1844 e 1868) à “capital do distrito”:“Da cidade de Tomar Para a vila de Santarém”.Não faltavam razões a Tomar para enaltecer um título, reivindicado e conseguido (mediante o seu fervor bairrista) junto da rainha D. Maria II (carta régia de 13 de Fevereiro de 1844).Tomar continuou a exibir o único título de cidade no distrito de Santarém durante 24 anos.Quanto à velha “Scallabis”, as pretensões de Sá da Bandeira (“Primeiro-Ministro”) e do Bispo de Viseu (“Ministro do Reino”) só foram bem sucedidas, com D. Luís I, em 1868. Graças aos três governantes, Santarém ascendeu, finalmente, ao estatuto de cidade. Faz agora 134 anos, mais precisamente neste Natal, que foi promulgada a carta régia de 24 de Dezembro de 1868, atribuindo a Santarém a categoria de cidade — uma verdadeira prenda do menino Jesus no “sapatinho escalabitano”. Confirmando os cálculos, Tomar pôde erguer os pendões de cidade 24 anos mais cedo do que Santarém.Se os “acasos da história” se repetirem, esta cidade ainda terá de esperar mais cinco anos pela classificação de um bem como património da humanidade, uma vez que o Convento de Cristo “só” há 19 anos foi inscrito na lista do património mundial.Diz-se que as coisas chegam sempre a quem sabe lutar por elas. Que o diga Tomar e a sua bairrista gente na exemplar luta oitocentista pelo título de cidade. E que o diga Santarém com uma fé inquebrantável perante a oficina da história e a grandeza do seu quilate patrimonial.Post ScriptumBonançaDepois das peripécias vividas no início deste ano em Santarém, Jorge Custódio parece ter reencontrado os caminhos da bonança.Primeiro foi a conquista do cargo de Director do Convento de Cristo, em Tomar, agora a vinda da cegonha (a 11 de Dezembro) com Afonso, seu último filho. Muitos parabéns!Temos “Vice”Causou grande surpresa a eleição de Isabel Marona para Vice-Presidente da “Briosa Escalabitana” e logo com superintendência na área desportiva.Quem ficou boquiaberto com esta escolha associativa, bem pode agora juntar-se ao coro de elogios que o trabalho da novel dirigente já está provocando. Foi a primeira vez que a Académica de Santarém escolheu uma mulher para este cargo. Pelos vistos e pelos factos só agora soube o que é que perdeu desde a sua remota fundação.Académica em festaA respectiva direcção já deu o toque a reunir: atletas, treinadores, massagistas, familiares e amigos têm encontro marcado na sede da Académica, dia 21 de Dezembro, às 15 horas. Dizem-nos que haverá surpresas mesmo para quem já colocou bem alto o seu nível de exigências clubísticas.É de ver para crer, como S. Tomé. A direcção agradece.Centros históricos em AlmeirimA Associação Portuguesa dos Municípios com Centro Histórico (APMCH) reuniu a sua direcção em Almeirim, na passada sexta-feira, 13.De entre os temas em agenda, destacamos o plano de actividades e o orçamento para 2003, aprovados por unanimidade.Apesar dos sumptuosos encargos fiscais que vem suportando, a APMCH continua com relativa saúde financeira. Mas isto tem que ser dito baixinho não vá a senhora Ministra das Finanças ouvir...Santarém, 16 de Dezembro de 2002.jmnoras@mail.telepac.pt.