Tanta pressa nunca ajudou ninguém
Sempre que existe algum concerto de música popular no concelho de Vila Franca de Xira sou a primeira a reservar um lugar na fila da frente, nem que para isso tenha de aparecer com uma hora de antecedência. Já que não há dinheiro para gastar, temos de aproveitar o que surge gratuitamente. Papo tudo o que aparecer, desde cantores de música popular, a ranchos folclóricos ou grupos corais. Especialmente porque me permite também estar com pessoas amigas, que cresceram aqui no concelho e gostam de manter vivas as tradições da nossa terra. Há uma coisinha que me chateia, mas vou ter de dizer, porque quem me conhece sabe que nunca fui mulher de consentimentos. Não vou dizer nomes nem lugares, porque também não quero ferir susceptibilidades. Há umas semanas assisti a um concerto de música que muito me agradou durante uma hora. Os senhores queriam tocar mais, o público também queria mais, mas talvez por ser domingo, a senhora responsável pela organização, já com muita estaleca, lá deu a volta à coisa para calar todos os presentes. Mal acabou o concerto, a organização desmontou num piscar de olhos o palco e arrumou as cadeiras, deixando-nos ali a olhar para o céu. Não houve sequer tempo para uma conversinha com os músicos, para pedir mais uma música ou outra. Nada. Quando demos por nós já estava tudo arrumado e nem parecia que tinha acontecido ali um concerto. Tanta pressa só pode significar que as pessoas responsáveis pela organização estavam a passar um frete e queriam ir o mais rapidamente possível para casa. Eu compreendo que é domingo, mas se organizam um evento destes tem de ter paciência e tempo para deixarem as pessoas desfrutarem do espectáculo senão arriscam-se a que as pessoas deixem de ir. Paciência, meus amigos, e boa vontade. A pressa sempre foi inimiga da perfeição. Margarida Guedelha
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