Cercipóvoa vai pedir empréstimo de 700 mil para continuar a apoiar pessoas com deficiência
Plano de Reestruturação Económico-Financeira vai ser apresentado à assembleia geral no dia 7 de Setembro
O empréstimo de 700 mil euros que a Cercipóvoa já garantiu junto da banca vai possibilitar à instituição continuar a apoiar os 165 utentes com deficiência. No próximo dia 7 de Setembro a direcção vai levar a assembleia geral um Plano de Reestruturação Económico-Financeira que prevê ainda a redução de encargos com fornecimento e pessoal para viabilizar a instituição. Os postos de trabalho não estão em causa, garante o presidente da direcção.
A Cercipóvoa, Cooperativa de Educação e Reabilitação de Cidadãos Inadaptados, vai contrair um empréstimo de 700 mil euros para fazer face às dificuldades que atravessa de forma a que possa continuar a apoiar os 165 portadores de deficiência.A instituição, sediada na Póvoa de Santa Iria, concelho de Vila Franca de Xira, tentou negociar junto da banca um empréstimo de 850 mil euros mas as entidades bancárias decidiram reduzir o respectivo montante, o que implica que não seja possível saldar todos os compromissos, conforme se encontrava previsto, confirma a O MIRANTE, o presidente da direcção, Carlos Garrudo de Oliveira.O Plano de Reestruturação Económico-Financeira, que vai ser apresentado à Assembleia Geral no próximo dia 7 de Setembro, quarta-feira, para lá da consolidação de passivos bancários, que de curto prazo passam para médio e longo prazo, prevê ainda a redução de encargos com fornecimentos e com pessoal, bem como aumento de receitas com mensalidades de utentes. Várias das medidas do plano já estão em execução, sendo a aprovação formal do plano uma das condições para a concretização do empréstimo, revela o dirigente.Apesar da difícil situação de liquidez por parte do sistema bancário, o empréstimo da Cercipóvoa foi aprovado pelos bancos que o subscreveram. “É de salientar o apoio e empenho da presidente da Câmara Municipal de Vila Franca de Xira”, destaca Carlos Garrudo de Oliveira. Como garantia existe a hipoteca das instalações, bem como o aval pessoal dos dirigentes da Cercipóvoa, além da necessidade de fazer passar as verbas dos subsídios recebidos pelas instituições de crédito subscritoras.O presidente explica que a situação financeira da Cercipóvoa não tem melhorado, pelo facto da instituição enfrentar um elevado conjunto de encargos de natureza financeira, que tem ascendido a cerca de 40 mil euros mensais. Com a reestruturação dos passivos esses encargos sofrerão uma redução de cerca de 20 mil euros mensais.Entre funcionários directos e colaboradores a Cercipóvoa dá trabalho a 140 funcionários. Apesar dos problemas financeiros da instituição Carlos Garrudo de Oliveira garante que os postos de trabalho não estão em risco. “A política da direcção é a de não despedir. As pessoas que existem são necessárias ao funcionamento das diversas actividades existentes. Em situações pontuais o que pode acontecer é que pessoas que saem não sejam imediatamente substituídas”, esclarece.Instituição deve 300 mil euros de subsídios aos funcionários Na actividade diária a situação económico-financeira da Cercipóvoa encontra-se equilibrada. “Quando chega a altura dos subsídios de Férias e de Natal é que existem problemas sobretudo pelos encargos que está a suportar. Neste momento não foi possível pagar os subsídios de férias deste ano, nem recuperar os atrasados, cujo montante acumulado ascende a cerca de 300 mil euros”, informa o presidente da direcção da instituição, Carlos Garrudo de Oliveira.Em ordenados, por mês, a instituição gasta cerca de 80 mil euros, a que acrescem os 30 mil de Segurança Social, e os seis mil de IRS. Em despesas de funcionamento gasta cerca de 50 mil euros entre refeições, combustíveis, electricidade, telefone, consumíveis, avenças e outras despesas. “Com o aumento do IVA, iremos ter um acréscimo de encargos superior a 1000 euros por mês. O corte nos ordenados é uma medida que não queremos tomar, só em caso de última necessidade. Todavia, com as medidas de racionalização em curso, prevemos uma redução de encargos com o pessoal”, garante o presidente da direcção Carlos Garrudo de Oliveira, que tomou as rédeas da instituição como presidente no final de 2010.A Cercipóvoa tem 165 utentes portadores de deficiência (26 no Lar Residencial, 95 no Centro de Actividades Ocupacionais, 24 no Centro de Actividades Sócio Educativas e 40 no Centro de Intervenção e Orientação Precoce). Além disso acolhe ainda 80 utentes não deficientes no Centro de Actividades de Tempos Livres.Dá ainda apoio a 18 Agrupamentos de Escolas no âmbito do Centro de Recursos para a Inclusão, acompanhando os casos de alunos dessas escolas que se encontrem sinalizados como tendo necessidades educativas especiais. Tem ainda contratualizadas Actividades Extra Curriculares com dois Agrupamentos de Escolas, mais um que no ano passado.Antes de assumir o cargo de presidente da direcção, Carlos Garrudo de Oliveira já tinha conhecimento das dificuldades da instituição tendo em conta que é dirigente da Cercipóvoa desde 1996. “Apenas quero dar o meu contributo para a continuidade deste projecto de uma forma sustentada, mantendo e até alargando as respostas sociais que têm vindo a ser desenvolvidas ao longo dos últimos anos. Com o esforço de todos é possível continuar a trabalhar em prol deste projecto, assegurando a continuidade das diversas actividades desenvolvidas”, assegura.
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