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Peões e ciclistas andam às avessas no caminho pedonal entre Alhandra e Vila Franca

Peões e ciclistas andam às avessas no caminho pedonal entre Alhandra e Vila Franca

Utilizadores de bicicletas defendem a criação de uma pista exclusiva para velocípedes

Os utilizadores assíduos do passeio ribeirinho pedonal que liga Alhandra a Vila Franca de Xira garantem que existe cada vez mais gente a percorrer o caminho, o que também acarreta mais problemas. Os ciclistas acusam os peões de barrar constantemente o caminho e os peões garantem que os ciclistas pedalam a grandes velocidades e nem sempre na pista correcta.

Os peões e os ciclistas que utilizam o passeio pedonal ribeirinho entre Alhandra e Vila Franca de Xira não se entendem. Quem anda a pé tem uma faixa exclusiva para caminhar mas quem usa a bicicleta tem que partilhar o espaço com os peões, como indicam os sinais na foto, o que provoca alguns desentendimentos. Desde Outubro de 2008 que o caminho pedonal ribeirinho, com quase três quilómetros de extensão, não pára de conquistar novos utilizadores, seja em cima de uma bicicleta ou a pé. Muitos já não passam sem o passeio diário ou semanal, com o Rio Tejo ali tão perto. “Muitas vezes os ciclistas, que andam a grandes velocidades, vêm para a pista que é só dos peões, mas felizmente nunca tive um acidente. O desrespeito é de ambas as partes, vejo também muitas vezes grupos de cinco pessoas a caminhar lado a lado e é claro que um ciclista ou mesmo um peão não consegue passar”, conta Gisela Maria, que vem pelo menos uma vez por semana caminhar para o passeio pedonal. Tratando-se efectivamente de um passeio pedonal, os peões podem circular lado a lado, não existindo no Código da Estrada qualquer condicionante. Já os ciclistas só podem circular a par nas ciclovias quando não causarem perigo ou embaraço para o restante trânsito.Pedro Nogueira é um ciclista do Carregado e usa pontualmente o passeio ribeirinho. Vai sempre na pista indicada para os velocípedes, mas admite que muitas vezes tem de desviar-se quando aparecem grupos de pessoas a correr na pista. “Tem de existir respeito e bom senso por parte de todos os utilizadores para tudo correr bem. Eu nunca tive qualquer acidente, mas admito que à medida que o número de utilizadores deste espaço vai crescendo possam surgir problemas”, refere. Entre os adultos existem por vezes crianças que saltam de uma pista para outra, com a condescendência dos pais, obrigando principalmente os ciclistas a travagens bruscas. “Já cheguei a tocar com a campainha da bicicleta quando me apareceu um peão repentinamente à frente, mas muitas pessoas ou fazem que não ouvem ou não querem simplesmente saber e são até capazes de se rir. Tenho de travar bruscamente, desviar-me e recomeçar a pedalar”, conta outra ciclista que defende a criação de uma pista exclusiva para velocípedes já que a modalidade tem cada vez mais adeptos. Os ciclistas não podem circular na pista exclusiva dos peões, a não ser que decidam circular a pé com a bicicleta pela mão para serem equiparados a peão. O peão acaba sempre por ter prioridade ao longo do passeio, já que se movimenta nas duas faixas, o que dificulta a vida aos ciclistas. Ainda que andem de candeias às avessas de vez em quando, a verdade é que todos os entrevistados garantem que praticar desporto à beira do rio Tejo, longe do stress do dia-a-dia, é um verdadeiro bálsamo para o corpo e a mente. O MIRANTE tentou contactar a Câmara Municipal de Vila Franca de Xira para tentar perceber por que razão não existe uma pista exclusiva para ciclistas no passeio pedonal, tal como acontece no caso dos peões, mas a única respostas que obteve foi de que os utentes “devem respeitar as regras de circulação para o bom funcionamento do passeio pedonal”. Presença de cães e falta de iluminação são outros problemasA presença constante de cães é um dos problemas detectados pelos utilizadores do passeio ribeirinho pedonal que liga Alhandra a Vila Franca de Xira. “Existem pessoas que têm o desplante de deixar os animais fazer as necessidades na própria pista”, critica Fernanda Maciel, para logo acrescentar que já deixou de chamar a atenção porque nunca é bem aceite. Isto acontece apesar de existir perto do passeio, em Alhandra, uma casa de banho para cães, que segundo os utilizadores do passeio pouco é usada.Outra das preocupações dos utilizadores do passeio ribeirinho é a falta de iluminação, que deveria ser ligada mais cedo, especialmente quando muda a hora para evitar que a zona fique às escuras.“O que mais me custa é ver muitas árvores partidas que resultam de actos de vandalismo. Deveria existir aqui mais patrulhamento por parte da PSP, especialmente à noite”, acrescenta António Correia, outro frequentador quase diário do passeio que se levanta muitas vezes às 7h00 para vir correr.
Peões e ciclistas andam às avessas no caminho pedonal entre Alhandra e Vila Franca

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