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A cidade só se anima quando há festas com toiros

A maioria dos inquiridos por O MIRANTE a propósito da Feira de Outubro, elogia o evento porque é uma das alturas em que a cidade se anima. O tom geral é de desencanto pelo que se foi perdendo ao longo dos anos. A juventude saiu à procura de futuro, as lojas foram fechando, a mudança do hospital para a periferia contribuiu também para afundar a restauração e o comércio em geral.

Nelson Garcia - Gerente da XiracorGosta da tradição da festa brava que considera apaixonante. Vai à Feira de Outubro ver as exposições de artesanato porque reflectem culturas das diversas zonas do país. Gosta de conviver com as pessoas que se juntam nesta altura do ano. E gosta das actividades taurinas. Nas touradas o que mais gosta de ver são os forcados. Quanto à cidade aponta o que considera ser os principais problemas. “Vila Franca de Xira estagnou, está a perder gente. A Feira de Outubro e o Colete Encarnado são dois eventos que trazem vida à cidade mas tudo se tem vindo a perder gradualmente. A saída do hospital do centro da cidade, o encerramento da Escola da Marinha e o encerramento de lojas contribuiu para isso”. Refere ainda a crónica falta de estacionamento. Manuel Pereira - Gerente da TV Pereira Não é aficionado mas gosta de ir às esperas de toiros ver os toiros a passar conduzidos pelos campinos. “É uma tradição espectacular”, refera. Durante a Feira gosta de passar um bom bocado em convívio com os amigos. “É nestas alturas que revejo pessoas que não vejo com frequência”. Nas corridas de toiros gosta de ver os forcados. É muito crítico do que se passa actualmente em Vila Franca de Xira. “A cidade tem cada vez menos pessoas a consumir no comércio local. Não há desenvolvimento. Cada vez há mais lojas encerradas. Vila Franca de Xira não morreu mas a situação económica das empresas é muito má. Os erros do passado estão agora a notar-se. Nunca se fez nada para impedir os jovens de saírem daqui. Agora a maioria da população deve ter mais de 50 anos”, lamenta. Fernanda Batista - Artesã Todos os anos dispõe de um espaço na Feira de Outubro da Associação de Artesãos de Vila Franca de Xira, onde expõe os seus trabalhos. Diz-se aficionada e gosta da feira. “Sou aficionada. Ribatejana a cem por cento. Um tio meu é campino e a minha mãe trabalhava no campo. Para mim não há festa ribatejana sem touros”, confessa. Considera que Vila Franca de Xira “morreu muito” desde que encerrou o Vila Franca Centro e acabaram com as feiras do melão e do cavalo. “Nasci em Vila Franca e tenho pena do que se tem passado. Se não fosse o Colete Encarnado e a Feira de Outubro era uma desgraça”, critica. Também não gostou de ver sair o hospital do centro da cidade e lamenta a falta de estacionamento.Elisabete Macau - Gerente Restaurante Cabeça de ToiroRefere-se à Feira de Outubro na perspectiva empresarial e social. “Gosto bastante da feira de Outubro porque é uma altura em que se faz negócio. Acabando os touros não há pessoas. Apesar de gostar da feira de Outubro o Colete Encarnado traz mais vida à cidade de Vila Franca de Xira mas é destes eventos que a cidade vive”, declara. E acrescenta que Vila Franca de Xira está estagnada. “Não há comércio, a maioria da população é idosa. Não há vida nocturna”. Mas nem tudo é mau ao nível de movimento. Lembra que o Ateneu e o Clube Taurino fazem um esforço de dinamização. Considera que a saída do hospital para a periferia da cidade contribuiu para o declínio do comércio. “Acho que se deve fazer alguma coisa mais para dinamizar o comércio. Gostei de uma iniciativa privada de passeios de barco no rio. Essa nossa ligação ao Tejo devia ser mais explorada”, defende.Patrícia Oliveira dos Santos - Funcionária Snack Bar A Ginjinha Costuma ir todos os anos à Feira de Outubro. Embora não seja aficionada é incentivada a ir por alguns elementos da família que gostam de toiros. Na Feira gosta de ver a zona dos animais e de conviver com os amigos. “Vila Franca de Xira está a melhorar gradualmente. A cidade está mais limpa. A passagem para peões que dá acesso ao rio foi uma boa iniciativa e a nova biblioteca é muito importante”, refere. Discorda da mudança do terminal de autocarros. Hélder Sardinha - Gerente da Ocean Land - loja de animaisNão tem tempo para ir à Feira de Outubro pois trabalha a semana toda inclusive Sábado e Domingo. Não aprecia touradas nem as defende. Lamenta que a cidade tenha tantas lojas fechadas. “Há pouco movimento. Eu não gosto da confusão de Lisboa e prefiro a tranquilidade de Vila Franca de Xira mas não gosto de ver isto tão parado em termos comerciais”, lamenta.David Sousa - Gerente Casa SousaGosta de ir às entradas de toiros e sentir de perto o toiro e o cavalo. Ver o trabalho do campino é uma das coisas que mais gosta na Feira de Outubro. Considera que os forcados são uma peça fundamental na corrida de toiros e que são uma característica diferenciadora da tauromaquia portuguesa. Outra vertente que aprecia na Feira é o salão de artesanato. “Vila Franca de Xira tinha uma vida e uma mística únicas no Ribatejo, as pessoas tinham motivos para vir a Vila Franca de Xira. Gostavam deste ambiente. Infelizmente hoje não é assim. Vila Franca de Xira tornou-se numa cidade como tantas outras, não existe movimento, não existe alegria... faltam pessoas no centro; falta comércio, faltam locais de convívio. Gostava de ver algumas zonas reaproveitadas, alguns estabelecimentos reabertos, gostava de poder voltar a sentir-me numa cidade viva”, diz.

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