
Obra de muitas “quezílias e chatices” inaugurada ao fim de quatro anos
Requalificação do Rio Grande da Pipa custou 5 milhões de euros
Cerimónia simbólica assinalou o final dos trabalhos ao longo dos dois quilómetros de extensão. Presidente do município diz que os riscos de cheias estão agora bastante minimizados e que a requalificação será importante para trazer novos visitantes à Vala do Carregado.
“Chatices”, “dificuldades”, “quezílias” e “desafios” foram das palavras mais usadas na hora de inaugurar a nova obra de requalificação fluvial das margens do Rio Grande da Pipa, na Vala do Carregado, Vila Franca de Xira. É o concluir da mais complexa obra hidráulica do concelho, um processo cheio de complicações que demorou quatro anos a ficar completo, envolveu contactos com 17 entidades diferentes e custou mais de cinco milhões de euros, dos quais três milhões foram pagos pela câmara. Já sem falar das inúmeras queixas da população ao longo do processo, inclusive já na parte final dos trabalhos, exigindo mais estacionamento, que veio a ser criado pela câmara já no fim da obra mas que ainda falta asfaltar.Consenso no discurso dos políticos só mesmo na hora de dizer que a requalificação vai atrair novas pessoas à Vala do Carregado, potenciando dessa forma a qualidade de vida de quem ali vive e trabalha, já que se trata de um espaço nobre de lazer do concelho. “É um dia memorável ver esta obra finalmente pronta. Houve muitas quezílias e chatices ao longo do caminho mas a obra acaba por estar bonita. Esperamos não vir a ter no futuro nenhum amargo de boca”, disse Luís Almeida, presidente da junta da União de Castanheira e Cachoeiras, referindo-se às inundações que, durante décadas, afligiam a localidade no inverno. “Foi uma obra de sangue, suor e lágrimas”, desabafou o autarca, invocando uma célebre frase de Winston Churchill.Na inauguração esteve presente também o presidente da Câmara de Alenquer, autarquia que teve de contribuir para o processo, pois a margem direita do rio está já na sua área de actuação. “Estas obras intermunicipais fazem sentido, os territórios não são estanques e temos de ter esta capacidade para dialogar entre nós”, elogiou Alberto Mesquita, presidente de Vila Franca de Xira.O autarca notou que a vegetação existente no rio será necessária para fazer a contenção das terras e que apesar de aparentar ser excessiva ela é “necessária”. Mesquita falou de uma obra de “vicissitudes enormes” e desafios técnicos consideráveis. Problemas com as expropriações, depois com a mudança de condutas e postes de alta tensão, além dos conflitos entre moradores, foram alguns dos desafios. “Era evitável tanta dificuldade e incompreensão sobre algumas matérias mas foi a pensar nas pessoas que se fez esta obra”, concluiu.

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