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Na Ascensão da Chamusca há mais concertos em dez dias que no cine-teatro em dez anos

Eu gosto muito de festas populares. No Verão não perco uma. Ando de terra em terra que nem um tontinho para conseguir ir a todas. Os quilómetros que eu faço! É entre festas e no meio das festas. Preparo-me bem, digo-vos já. No Inverno é ginásio e mais ginásio. Muita passadeira, muita bicicleta estática...

Uma festa popular é um teste à nossa resistência física. Nos dias dos grandes concertos ainda é mais. Não há um lugarzito para descansar as pernas. É sempre a andar. Come-se de pé, bebe-se de pé, ouve-se música de pé, urina-se de pé...é sempre a bombar. Não há descanso nem tréguas. É ainda pior que nos festivais de Verão. Pelo menos aí o pessoal atira-se para o chão e espoja-se à vontade. Numa festa popular não dá jeito nenhum. Vamos ser espezinhados, de certeza. As festas populares não são em locais amplos nem relvados. São em praças e pracetas apertadinhas. Estamos ali como sardinha na lata. Acho que é por causa do calor humano.
Os petiscos já foram mais ajavardados mas agora a ameaça da ASAE paira sobre as tasquinhas e há alguma higiene. Eu detesto a pasteurização do chouriço assado. Perdeu-se aquele tempero típico. Quanto mais higiene pior sabem as bifanas no pão. Toda a gente sabe que uma bifana tem que nadar em óleo de mil frituras para saber a bifana popular. Eu não sou daqueles empatas que protestam. Alguns até querem factura com contribuinte. Enfim, pessoal que não sabe que numa festa é tudo para ajudar as colectividades, as associações.
Uma festa popular é um local de fartura e de farturas. E há farturinha de tudo. É um momento para tirar a barriga de misérias. Veja-se o caso da Ascensão na Chamusca. Amor Electro, António Zambujo, José Cid, Gonçalo Tavares e Pedro Moutinho para não falar de outros mais. Em dez dias há mais concertos que nos últimos dez anos no cine-teatro da terra. E é assim em todo o lado. Deixem vir o Verão e vão ver. E tudo à borla... que pode não haver dinheiro para mais nada mas para festas há sempre. E viva a festa, viva...pim!
Rui Ricardo

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