“Xana” Baptista morre na sede da associação que criou
Dirigente da Cena Aberta - Companhia Teatral de Santarém foi encontrada sem vida após alguns dias incontactável
Após alguns dias incontactável e sem ser vista, Alexandrina “Xana” Baptista, 58 anos, foi encontrada morta na sexta-feira, 13 de Maio, nas instalações da Cena Aberta - Companhia Teatral de Santarém, associação que criou e de que era o corpo e a alma. A sua ausência prolongada causou estranheza e terá sido o irmão a dar o alerta. O corpo foi descoberto após ter sido arrombada a porta das instalações da Cena Aberta, sitas no Palácio João Afonso, onde se situa também o Conservatório de Música de Santarém. O funeral realizou-se na quarta-feira em Santarém.
Alexandrina Baptista, solteira e sem filhos, fazia 58 anos na quinta-feira, 12 de Maio. Mulher dedicada ao teatro e ao associativismo, era uma pessoa muito conhecida na cidade pela sua intervenção cívica e cultural. Era também jornalista, tendo colaborado ao longo dos anos com diversos órgãos de comunicação social da região e nacionais.
Generosa, amiga do seu amigo, frontal e por vezes temperamental quando tocava a defender as suas ideias e projectos, tinha um feitio peculiar e uma grande aceitação junto das crianças, às quais dedicava grande parte do seu trabalho enquanto encenadora, actriz, animadora e dirigente associativa.
Na reunião de câmara de segunda-feira, o executivo prestou tributo a Xana Baptista com uma salva de palmas. O presidente Ricardo Gonçalves (PSD) lembrou que a falecida tinha estado muitas vezes em sessões de câmara, como jornalista, como cidadã e como dirigente associativa, referindo que “tinha um coração do tamanho do mundo”.
A vereadora da Cultura, Susana Pita Soares (PSD), também manifestou a sua “profunda tristeza” pela morte de Xana Baptista, mulher de uma “inquietude permanente”. “O associativismo cultural e juvenil ficaram mais pobres” disse a autarca, que pediu uma salva de palmas em homenagem à actriz, animadora e dirigente das associações Cena Aberta e Terras do Tejo.
Os vereadores Jorge Luís (CDU) e António Carmo (PS) subscreveram, em nome das suas forças políticas, a intervenção da vereadora da Cultura.