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Pujante Manuel Serra d’Aire

Se há coisa que eu aprecio nos políticos é a coerência. Sobretudo a coerência com que dizem (ou omitem) uma coisa quando o seu partido está no poder e proclamam outra completamente contrária quando passam para a oposição. Esta dialéctica faz parte da arte em que operam e cruza todos os espectros partidários, da direita à esquerda, sem que ninguém esteja imune. Embora haja uns menos imunes do que outros. Nem a Nadia Comaneci (quem não souber quem foi que consulte a wikipédia) nos seus tempos áureos tinha uns rins tão flexíveis.

Um dos episódios mais recentes envolveu um projecto de resolução apresentado na Assembleia da República pelos deputados do PSD por Santarém, onde reivindicam de forma vigorosa a reabertura da urgência médico-cirúrgica no Hospital de Tomar. Ora, segundo li, o citado serviço foi encerrado em 2012, quando era precisamente o PSD que liderava o Governo e os mesmos deputados já estavam no Parlamento. E que se ouviu deles na altura? Como diria o inenarrável Jorge Jesus: Bola!!!
Acontece que entretanto o Governo mudou, entrou em funcionamento a “geringonça” e, passada meia dúzia de meses, os mesmos parlamentares decidiram reclamar a abertura do serviço e zurzir no malandro do José Sócrates que, em 2011, desencadeou a reorganização de serviços que levou, já no ano seguinte, à retirada da Urgência Médico-Cirúrgica do Hospital de Tomar. E foram mais longe, zurzindo também na ideia de terem construído três hospitais no Médio Tejo tão perto uns dos outros. E quem os mandou construir? Pois... Só sei que não fui eu!
E por falar em saúde, não posso deixar de falar no misterioso caso das alegadas demissões de médicos do Hospital de Santarém, notícia propalada na comunicação social estatal que abriu caminho ao brilharete de um secretário de Estado que anunciou que finalmente estão criadas condições para haver obras no bloco operatório. As más línguas dizem que se tratou de uma manobra orquestrada para o actual Governo aparecer como salvador da pátria e, ao mesmo tempo, lembrar que o anterior Governo teve quatro anos para resolver o problema e não conseguiu. No meio disto tudo, só espero que esta gente deixe de brincar à política e que as obras se façam mesmo, em nome dos contribuintes que ajudam a pagar-lhes os ordenados.
O presidente da Câmara Municipal de Ourém esteve na Turquia para assinar um acordo de geminação com uma cidade desse país. Na bagagem levou uma imagem de Nossa Senhora de Fátima para oferecer. Paulo Fonseca tem apostado na internacionalização do concelho e depois de há pouco tempo ter estado no Brasil, de já ter andado por Roménia e França e de ter um antigo e conhecido fraquinho pela Indonésia, o autarca continua a dar novos mundos ao seu mundo. Não sei se deste esforço de internacionalização de Ourém e Fátima vai resultar alguma coisa de concreto (a maior parte das geminações dos nossos municípios funcionam como uma espécie de cais de embarque para umas viagens ao estrangeiro que permitem aos autarcas desenjoarem do rame-rame quotidiano), mas lá que Paulo Fonseca se farta de papar milhas e de conhecer mundo graças à política de internacionalização, lá isso farta…
Adeus e até ao meu regresso
Serafim das Neves

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