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“O Ribatejo é uma marca turística com carácter, alma e personalidade”

“O Ribatejo é uma marca turística com carácter, alma e personalidade”

O senhor é presidente da Entidade Regional de Turismo do Alentejo que, para além das quatro NUT II do Alentejo, tem a NUT II da Lezíria. Curiosamente a ERT decidiu adoptar o nome Alentejo e Ribatejo. De quem foi a ideia? Foi uma ideia minha, consubstanciada no facto de não podermos considerar a Lezíria como Alentejo e Ribatejo ser uma marca forte. Falei com autarcas e empresários e foi entendimento generalizado que seria bom em termos de marketing usar essa designação, embora o Ribatejo não comece e acabe na Lezíria. Em termos de mercado interno o Ribatejo tem uma força enorme. É uma região com carácter, com alma, com muita personalidade e não fazia sentido de todo que fosse Alentejo. Os meus cartões de visita e os dos técnicos têm todos Turismo do Alentejo e Ribatejo.
Para além de acrescentar o nome Ribatejo à designação oficial da Entidade Regional de Turismo também começou a tratar o Ribatejo separadamente. Ficou logo implícito que trataríamos esta zona como uma marca específica, autónoma e perfeitamente diferenciada. Para nós, enquanto Entidade Regional de Turismo, há Alentejo e há Ribatejo. Há iniciativas que se podem complementar e ser feitas em conjunto mas há um conjunto de acções que são específicas. Não fazia sentido que houvesse uma mistura e que pudéssemos trabalhar toda a área da Entidade Regional de Turismo de uma forma global. Há duas marcas; há duas regiões e há dois destinos diferentes. E é desta forma que temos trabalhado ao longo deste ano e meio, quase dois anos.
O Ribatejo já vai sendo conhecido como destino turístico? Defendo o Ribatejo em todo o lado e trabalho com a minha equipa para que o Ribatejo tenha o reconhecimento que merece. Eu defendo que na afirmação de um destino turístico os primeiros promotores são os cidadãos que vivem nessa zona. Temos que conseguir isso no Ribatejo.
Como? Vamos lançar este ano no Ribatejo uma iniciativa que já fazemos há alguns anos no Alentejo, que é virada para as escolas; para os estudantes, que se chama: “Um turista - Um amigo no Ribatejo”. Isso para quê? Para que o jovem que está hoje na escola primária, tenha atenção e valorize património que até pode ver diariamente a caminho da escola mas ao qual não liga. Pode ser uma igreja ou um pelourinho com uma história para contar. É aí que queremos trabalhar. Sensibilizar as crianças para a importância e para a beleza do Ribatejo. Eu sou um optimista. Estou convencido que daqui a uns anos a auto-estima e a consideração dos ribatejanos pela sua região vai ser muito mais elevada.
Agora tudo tem o selo de Património da Unesco para ter qualidade. Essa ideia de que até o meu bigode pode ser classificado como património da humanidade é falsa. Eu estive em Paris em 2014 e na Namíbia, em Windhoek, na altura das reuniões do Comité Intergovernamental para a Salvaguarda do Património. Só o ano passado, das oito candidaturas apresentadas, quatro foram retiradas e duas foram chumbadas. Foi aprovada a candidatura do Fabrico de Chocalhos e uma outra. O selo da Unesco é muito importante na afirmação de um destino e de um território. O turista hoje é mais culto, mais exigente e mais informado. Vê e lê tudo sobre um destino antes de viajar. Hotéis, roteiros...consulta fóruns de opiniões. Também queremos certificar o destino e toda a cadeia de valor.
Há possibilidade de classificar algum produto turístico do Ribatejo com o selo da Unesco? Temos boas notícias em relação a uma possível classificação da Falcoaria de Salvaterra de Magos. E vamos avançar com a Cultura Avieira e o Fandango. São dois projectos que vamos abraçar e que consideramos decisivos. Estes projectos demoram cinco a seis anos mas a classificação da Unesco é muito importante.
Um aficionado ribatejano perguntaria agora sobre a viabilidade de uma candidatura da chamada Festa Brava, associada ao Touro e à Lezíria... Isso está fora de questão. Sabemos a importância que tem o touro como manifestação cultural daquela região mas tudo o que tenha a ver com animais é à partida rejeitado pela Unesco. Claro que o touro e a tourada e toda essa actividade podem atrair turistas. Há projectos nesse sentido.

“O Ribatejo é uma marca turística com carácter, alma e personalidade”

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