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População do Entroncamento cresce graças aos idosos porque os jovens são cada vez menos

Estava a olhar para a fotografia que O MIRANTE publicou de dezassete jovens estudantes do Entroncamento que estiveram no Parlamento Europeu em Estrasburgo e a pensar que daqui a cinco ou seis anos serão poucos os daquele grupo que estarão a residir na cidade onde hoje estudam.
O fracasso das políticas nacionais e locais está a levar toda a juventude para fora da região. As cabeças iluminadas que os partidos políticos nos apresentam nas suas listas, para serem eleitas, limitam-se a cair nos erros dos mestres desses mesmos partidos políticos. Repetem-lhes as asneiras a nível dos discursos e das acções e o resultado está à vista. Mais auto-estradas, mais escolas, mais jardins, bibliotecas, museus e a debandada continua porque há quase tudo, menos emprego.
Os jovens acabam o secundário, vão para Lisboa, Coimbra, Porto, Barcelona, estudar e não voltam. Nem sequer voltam aos fins-de-semana porque no Entroncamento nem sequer há oferta a nível de lazer e cultura que rivalize com as cidades onde estudam. São os pais que acabam por os ir visitar. A cidade vai-se esvaziando. Estudantes, professores, funcionários públicos, alguns ferroviários, alguns militares e reformados...muitos, muitos, reformados. É este o Entroncamento de hoje.
A população do concelho cidade tem vindo a aumentar ligeiramente mas vale a pena olhar para outros indicadores. Em 2001 havia 87 idosos por cada 100 jovens. Em 2014 já eram 116 por cada 100 jovens. A população em idade activa (15 a 64 anos) diminuiu de 68,8% em 2001 para 66,2% em 2014. A cidade está a captar população sim, mas não são jovens, são idosos. Os jovens (menos de 15 anos), que representavam 16,7% da população em 2001 caíram para 15,7% em 2014. (Dados Pordata).
Quem ainda trabalha em Lisboa e vive no Entroncamento é quem não paga o passe do comboio. Funcionários dos caminhos de ferro, alguns funcionários de tribunais e alguns militares. Os fracos políticos nem habilidade tiveram para alargar o passe social até aqui, ficando-se pela Azambuja. Sem empregos no Entroncamento e com transportes a preços proibitivos, o Entroncamento envelhece mas as cabeças pensantes acenam com o aumento da população e com o aumento do consumo e dos níveis de conforto e dizem que está tudo uma maravilha. Senhores caciques dos partidos políticos, só tenho uma coisa a dizer. Depois da borrada que já fizeram podem limpar as mãos à parede.
Manuel Rufino Seixas

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