Oposição critica propaganda da Junta de Freguesia de Vila Franca de Xira
Assembleia de freguesia aprovou prestação de contas e relatório de gestão. Executivo foi obrigado a justificar quanto gasta nos outdoors e outros meios de informação das actividades na freguesia.
A bancada do Partido Socialista, uma das forças da oposição na Assembleia de Freguesia de Vila Franca de Xira, questionou na última sessão daquele órgão o executivo da junta de freguesia, liderado por Mário Calado (CDU), sobre os gastos que têm sido feitos em propaganda.
Desde que a CDU tomou posse que a cidade tem estado com vários outdoors a informar a população da obra feita, e desde Março que foi lançado um boletim informativo próprio. João Trindade, do PS, questionou a forma como o executivo tem divulgado as suas acções e a forma como aproveitou subsídios da câmara para recuperar património que estava muito degradado.
“O que queremos colocar tem a ver com os custos de toda esta divulgação, para não lhe chamar outra coisa, que o executivo achou por bem fazer, quer em outdoors quer noutros suportes”, notou João Trindade, exigindo saber quanto é que tudo custou aos cofres da junta. “E gostava de saber também o que é que foi feito aos placards com uns senhores sorridentes e de capacete que estiveram no jardim do Bom Retiro. É que já tivemos a informação do executivo que custaram cerca de 4 mil euros e foram retirados”, questionou.
Mário Calado reagiu dizendo que os socialistas deviam ter tido a mesma preocupação quando ocuparam o cargo e explicou que a elaboração do boletim insere-se numa “estratégia de comunicação” que a junta “achou por bem” levar a cabo. “Naturalmente a uma escala menor que noutras autarquias”, vincou.
Os outdoors são propriedade da junta e João Conceição, membro do executivo da junta, explicou que são usados “para dar a conhecer o que está a ser melhorado e o que acontece na freguesia”. O autarca notou que as redes sociais são também “um conjunto de meios de divulgação necessários” e que, no global, os outdoors custam “abaixo de 4 mil euros” à junta, não explicando se anual ou mensalmente.
“Os cartazes no Bom Retiro em momento algum diziam que ia existir uma intervenção naquele local. Quando a junta voltar a estar em acção os cartazes reaparecerão. Voltaremos a usá-los porque temos de poupar”, explicou. João Conceição explicou que os custos correspondem a quatro por cento dos proveitos com taxas que a junta recolhe da publicidade comercial na cidade, que rondam os 86 mil euros. Os documentos de prestação de contas e o relatório de gestão foram aprovados pela maioria CDU e Coligação Novo Rumo e a abstenção do PS.
Ases de Povos sentiram-se excluídos pela junta
O dirigente do grupo “Ases de Povos”, que tem feito um trabalho importante de dinamização daquele bairro vilafranquense, Nuno Onça, esteve presente na sessão para lamentar que, este ano, a junta de freguesia tenha optado por realizar um programa próprio da celebração do 25 de abril sem passar cartão ao grupo, que ainda não está constituído juridicamente em associação.
O ano passado, recorde-se, os Ases de Povos dinamizaram um evento sem igual no bairro para celebrar o 25 de Abril, com espectáculos, desporto, animação e convívio. “Infelizmente ainda não conseguimos ter capital para nos registarmos como associação mas já temos muito trabalho realizado”, lamentou o dirigente.
Mário Calado (CDU) respondeu que não houve “qualquer intenção” de “travar fosse o que fosse” para a realização dos festejos do 25 de Abril naquele bairro. Mas a verdade é que o apoio financeiro ou logístico para ajudar o grupo a fazer o evento não foi entregue. “A junta festeja sempre o 25 de Abril em Povos e vai continuar a fazê-lo, assim tenha forma e condições”, notou.