Centro gastronómico de Povos vai ser centro de formação se tudo correr bem
Equipamento voltou para a posse da câmara municipal depois de anos de impasse. Ao longo dos anos foram investidos quase 100 mil euros num edifício que nunca teve qualquer utilidade. Câmara diz que é o “passo seguinte” numa caminhada que mais parece uma via sacra sem destino à vista.
Depois de anos sem qualquer utilidade, o edifício onde deveria ter funcionado o centro gastronómico de Povos, em Vila Franca de Xira, foi transferido de novo para a câmara municipal, depois de ter estado cedido à junta de freguesia durante quase uma década. A proposta de revogação do protocolo de cedência foi aprovado na última reunião pública do executivo.
O município pretende criar no local, em parceria com a associação empresarial dos concelhos de Vila Franca de Xira e Arruda dos Vinhos (ACIS), um pólo onde será dada formação na área da gastronomia, hotelaria, restauração e turismo, mediante financiamento comunitário. “Queremos dar uma sequência de reaproveitamento do espaço com uma parceria que vamos ter com a ACIS para formar pessoas no âmbito do que era o objecto inicial. Esperamos aproveitar um espaço que está expectante há muitos anos. Tomámos a decisão que era necessária para dar o passo seguinte”, explica Alberto Mesquita, presidente de Vila Franca de Xira a O MIRANTE.
A Junta de Vila Franca de Xira diz assim adeus definitivo a um projecto que tem sido um sorvedouro de dinheiro público há vários anos sem que daí tenha resultado qualquer retorno para a população. A ideia foi lançada no executivo socialista de José Fidalgo mas cancelado pela sua sucessora, Ana Câncio (PS), numa altura em que já estavam investidos quase 100 mil euros em remodelações e reparações do edifício e quando estavam comprados mais de 76 mil euros de material de cozinha, entre fogões, fornos e balcões de inox. Material que ficará na posse da junta de freguesia.
O centro gastronómico, recorde-se, estava inicialmente orçado em 200 mil euros, foi apresentado em 2008 e tinha como objectivo recuperar um dos edifícios mais degradados do bairro municipal de Povos, potenciar a formação na área da cozinha aos formandos do programa Novas Oportunidades e servir refeições a um euro e meio aos mais carenciados. O primeiro piso deveria ter duas salas de formação para 18 e 32 formandos, uma cozinha e uma zona de serviço de mesa. Hoje é apenas um edifício degradado, de portas fechadas e cujo único uso que tem tido é como tela dos artistas de rua que o usam para desenhar grafites.