Refugiados encontraram a paz em Torres Novas
Cidade do Almonda recebeu duas famílias fugidas da guerra
Noora estava visivelmente cansada e abalada. Viu, ainda no Iraque, o filho de 5 anos ser-lhe roubado. Ainda pagou por ele mas nunca mais o viu. Na terça-feira, 24 de Maio, contou aos jornalistas, num inglês possível, um pouco da sua difícil viagem até chegar a Torres Novas. Lembrou que passou da Turquia para a Grécia num pequeno barco em que nem todos os viajantes sobreviveram. A dura viagem desde o Iraque até Portugal durou mais de um ano.
Noora pertence a uma das duas famílias de refugiados que a Câmara de Torres Novas recebeu na terça-feira. Está grávida e com ela veio o marido, um outro filho pequeno e outra criança da família. São ambos engenheiros civis. As duas famílias foram recebidas no aeroporto de Lisboa pela vereadora da Cultura, Elvira Sequeira, e chegaram a Torres Novas por volta da 17h00 sendo recebidas na Biblioteca Municipal Gustavo Pinto Lopes pelo presidente da câmara municipal, Pedro Ferreira, alguns vereadores e membros da assembleia municipal.
Do Curdistão vem a outra família, com duas crianças de 1 e 2 anos. A mulher é jornalista e o marido operador de câmara. Os adultos mostravam-se felizes mas cansados, contrariamente à alegria demonstrada pelos mais pequenos que não paravam de correr pela sala da biblioteca.
Com a presença de um tradutor, o presidente da Câmara de Torres Novas endereçou as boas vindas às famílias. “Estamos aqui para vos dar um abraço”, disse, reforçando que “a partir de hoje também são torrejanos e quanto sei em breve vamos ter um pequeno” dirigindo-se à mulher que se encontra grávida.
Depois da recepção, as duas famílias foram encaminhadas por elementos da autarquia para os dois apartamentos que já se encontravam preparados para o efeito e que inclusivamente já mereceram a visita e a aprovação do presidente da autarquia, Pedro Ferreira.