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Como se media e se mede o índice de desenvolvimento de alguns concelhos

Há uns seis ou sete anos lembro-me de ouvir o então presidente da Câmara de Torres Novas, António Rodrigues, dizer com indisfarçável orgulho que o seu concelho estava em franco progresso e que isso se via, entre outras coisas, pela quantidade de gruas instaladas na cidade. Penso que a declaração era também um remoque para o concelho vizinho do Entroncamento onde os edifícios de apartamentos não paravam de ser construídos num mau exemplo nacional do ordenamento urbanístico. Apreciando hoje o que se passa percebe-se facilmente que aquele tipo de crescimento assente no aumento de prédios construídos foi um dos maiores erros do século passado e que isso pode ser avaliado pela quantidade de apartamentos e lojas devolutas, inacabadas ou sem compradores. No caso do Entroncamento não se fixaram empresas de mão de obra intensiva ou qualificada e as que existiam como as do sector ferroviário deixaram de empregar tanta gente como antigamente. A isso juntou-se o fecho de muitos quartéis e o facto de o preço do transporte para Lisboa, onde trabalhava grande parte da população, se ter tornado proibitivo, compensando mais ir viver para a zona urbana de Lisboa. A câmara municipal também deixou de poder contratar pessoal. No caso de Torres Novas, houve empresas que começaram por dar emprego a muita gente mas que acabaram por fechar. O que ainda se mantém e não vai desaparecer tão cedo é a forma como os políticos locais pensam o desenvolvimento dos seus concelhos. Sem visão, sem capacidade de gerar consensos com concelhos vizinhos e com uma mentalidade canhestra e paroquial, não se adivinham melhores tempos.
Luís Palmira

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