Museu do Ar em Alverca fechado no Dia Internacional dos Museus
Vários moradores da cidade foram surpreendidos com instalações encerradas. Presidente da Câmara de Vila Franca de Xira diz que “não é compreensível” que aquele equipamento esteja encerrado num dia especificamente virado para a visita a espólios museológicos.
A cidade de Alverca está historicamente ligada à aeronáutica mas o pólo do Museu do Ar que ali funciona só abre uma vez por semana e esteve fechado no Dia Internacional dos Museus. Uma situação que apanhou desprevenidas várias pessoas que queriam visitar aquele equipamento e que bateram com o nariz na porta.
Também o presidente da Câmara de Vila Franca de Xira, Alberto Mesquita (PS), considera que “não é compreensível” que aquele equipamento tenha estado fechado num dia especialmente dedicado aos museus. Actualmente aquele pólo do Museu do Ar - que pertence à Força Aérea Portuguesa (FAP) - só abre portas mediante marcações prévias e às segundas-feiras, das 10h00 às 17h00, mas é a câmara que paga a despesa do funcionário, através de um protocolo. Custa por ano cerca de 10 mil euros aos cofres municipais manter aquela estrutura com serviços mínimos.
“Temos esse protocolo e enquanto ele estiver nos termos em que está é assim que as coisas vão funcionar. Já tivemos algumas reuniões no sentido de encontrarmos outras soluções de funcionamento mas ainda não há acordo. Nós, câmara, podemos pugnar para que o pólo funcione melhor e sobretudo para que as instalações tenham a conservação necessária”, refere o autarca a O MIRANTE.
Actualmente algumas das aeronaves que estão no exterior começam a dar sinais de degradação e abandono, devido à exposição aos elementos. “Aquele pólo é uma sombra do que já foi em tempos”, resume Augusto Dias, morador e um dos que no dia 18 de Maio, dia dos museus, diz ter ficado à porta. “Não é compreensível que Alverca seja a cidade da aeronáutica e depois nesse dia em que praticamente todos os museus têm actividades ali temos aquele edifício fechado”, lamenta.
Outro residente, Fernando Madurinho, lamenta o actual estado do pólo e apela a que algo seja feito. “Se a FAP passasse a gestão daquele pólo para a câmara tenho a certeza que a dinamização seria maior. Neste momento é um edifício ali esquecido do outro lado da linha de comboio, sem uma placa na cidade a indicar o caminho para lá nem a fazer qualquer tipo de iniciativa que o aproxime da população. É pena. Lembro-me de antigamente ver autocarros cheios de pessoas para o visitar, hoje em dia é um deserto”, lamenta.
O MIRANTE contactou a Força Aérea Portuguesa repetidas vezes sobre este assunto mas nenhuma resposta nos foi enviada até agora.
Em 2009, recorde-se, o museu “voou” para a base aérea de Sintra, bem como algum do seu espólio, perante a incapacidade dos autarcas locais em reverter a decisão da FAP. O facto de só abrir uma vez por semana fez cair a pique o número de visitantes. Os números actuais não foram disponibilizados pela Força Aérea mas em 2009 eram de 2500 visitantes, quando em 2006 aquele era o museu mais visitado do concelho, com mais de 12 500 visitantes.