“Pior do que não termos casas arranjadas é não ter pessoas”
Associação reactivada para defender o património de Torres Novas, preocupada com o estado a que chegou o centro histórico da cidade.
O estado do casario do centro histórico de Torres Novas e a desertificação dessa zona são duas das preocupações apontadas pela presidente da reactivada Associação de Defesa do Património de Torres Novas durante a apresentação do seu manifesto e dos objectivos a que se propõem atingir. “Pior do que não termos casas arranjadas é não ter pessoas e massa crítica”, destacou Ana Sofia Ligeiro na sessão realizada no dia 20 de Junho, na Rua dos Ferreiros.
A Associação de Defesa do Património de Torres Novas foi reactivada recentemente para dar continuidade a um trabalho desenvolvido nas décadas de 1980 e 1990. Ana Sofia Ligeiro, geógrafa, é a presidente da direcção recentemente eleita. Uma direcção composta por elementos ligados a várias áreas, desde a arqueologia à educação, que quer discutir e pôr todos os torrejanos a reflectir e contribuir para a salvaguarda do património material e imaterial da cidade. Para além disso a presidente diz ser também necessário sensibilizar as pessoas e desmistificar o processo de acompanhamento arqueológico.
A associação irá desenvolver trabalhos nas áreas da arqueologia, património arquitectónico, ambiente e ordenamento do território, artes e cultura etnográfica. O objectivo é “conhecer melhor a história do lugar”, explicou Sofia Ligeiro a O MIRANTE.
Para tal já foram formados vários grupos de trabalho, ligados a várias áreas. Serão promovidos debates e encontros para perceber melhor “as heranças do concelho e perceber o que queremos para cada uma destas matérias”, diz Ana Sofia Ligeiro.
Dada a degradação do centro histórico de Torres Novas, a associação já manifestou o interesse junto do município de pertencer ao Conselho Local de Desenvolvimento Urbano. “Queremos estar presentes para veicular a informação, o conhecimento e as preocupações que a população nos transmitir à câmara para que os responsáveis possam intervir”, referiu, na sessão onde compareceram o presidente da câmara Pedro Ferreira e outros elementos do executivo.
A apresentação juntou algumas dezenas de pessoas num lugar que não podia ter sido mais apropriado. Um vazio urbano privado, cedido gentilmente pelo proprietário e a pedir claramente uma intervenção, assim como muitos edifícios à sua volta e em estado claro de degradação.
A Associação de Defesa do Património espera assim poder contribuir para que Torres Novas possa ser “um concelho feliz”, concluiu Ana Sofia.