Euterpe Alhandrense à conquista de mais títulos europeus e nacionais
Colectividade tem mais de 400 atletas a competir e a maioria é de fora da freguesia. Helena Silva e Pedro Sequeira são os responsáveis pelo desporto da Sociedade Euterpe Alhandrense, colectividade que movimenta mais de 400 atletas e que já produziu pódios nacionais e europeus.
A última época desportiva da Sociedade Euterpe Alhandrense (SEA) correu de feição, com vários atletas a sagrarem-se campeões nacionais e a obterem pódios europeus e o objectivo para a próxima época é manter e melhorar os resultados. A colectividade tem actualmente mais de 400 jovens atletas a praticarem desporto.
Helena Silva e Pedro Sequeira são os rostos da colectividade responsáveis pelas secções de desporto e não escondem a
O MIRANTE a ambição de fazer da próxima época bons resultados. “Se a próxima época for igual à anterior então será uma boa época, temos sempre vindo a melhorar os resultados mas esperamos um reforço das vitórias para o próximo ano. Esse será o maior desafio, continuar a melhorar os nossos resultados”, explica Pedro Sequeira.
Na última época a colectividade teve várias atletas medalhadas sobretudo na ginástica acrobática, com um campeão nacional em pares femininos iniciados, grupos femininos iniciados e grupos masculinos iniciados. A ginástica acrobática obteve ainda títulos de vice-campeã nacional em pares femininos elite júnior e pares mistos elite sénior. O título maior foi mesmo as medalhas de bronze no campeonato da Europa de Catarina Martins e Beatriz Ferreira em pares femininos juniores, secundado por um quarto lugar no campeonato do mundo em Março.
Noutras modalidades Tiago Salgueiro sagrou-se campeão nacional de juvenis em Karaté, Inês Salgueiro foi medalha de prata no campeonato da Europa de Karaté e no tiro com arco houve também mais campeões: campeonato nacional de sala em equipas mistas juniores e Inês Dionísio foi campeã nacional de sala em juniores, com Luís Lopes a sagrar-se campeão nacional de campo em juniores.
“O sucesso é alcançado antes de mais pelo acolhimento que fazemos a todos os ginastas e praticantes das modalidades, que sabem que podem contar com a Euterpe para tudo o que é necessário. Se não houvessem boas condições seria difícil os resultados aparecerem”, explicam os dirigentes. Abertura, disponibilidade e apoio financeiro são outras das chaves para o sucesso, numa altura em que os pais sentem cada vez mais dificuldades para ter os filhos a praticar desporto.
Pais mais aflitos para pagar as contas
“As nossas mensalidades são acessíveis porque temos noção da importância do nosso papel na comunidade. Actualmente no concelho para os pais que têm mais do que um filho a praticar desporto torna-se complicado. É um peso significativo, as pessoas transmitem-nos essa realidade”, lamenta Helena Silva.
Os dirigentes confessam que a quantidade de pais que não conseguem pagar as mensalidades não pára de aumentar e admitem fazer “um grande jogo de cintura” para conseguir manter todos os jovens nas actividades onde estão inseridos. “Sentimos que há dificuldades, sobretudo quando há provas que obrigam a deslocações nacionais ou internacionais. Aí tentamos dentro das nossas possibilidades facilitar a vida aos pais e atletas. E não apoiamos só os atletas que são favoritos aos títulos, apoiamos todos por igual, mas tem de haver sempre uma comparticipação dos pais”, explicam. Para Pedro Sequeira o preço das modalidades praticado no concelho está “dentro da média” mas não esconde que é preciso uma maior ajuda do Governo e autarquias locais no sentido de financiar algumas das actividades, porque os fundos disponíveis para o desporto “são cada vez menores”. Ginástica acrobática, karaté, tiro com arco, taekwondo, vela e natação são algumas das modalidades da colectividade.
Mais de metade dos atletas é de fora
Dos mais de 400 atletas que praticam desporto na Euterpe Alhandrense, mais de metade são de fora da freguesia e das cidades vizinhas, revelam os responsáveis. “A população de Alhandra é de uma faixa etária elevada, não há muitos jovens e por isso uma grande percentagem dos nossos praticantes são de fora da vila”, refere Pedro Sequeira, que diz ao mesmo tempo que a população de Alhandra “podia participar mais” na vida da colectividade.
“Os pais estão conscientes da importância de colocar os filhos a praticar desporto. Mas os jovens hoje em dia têm pouco tempo livre para o desporto. Andam na escola e chegam aqui à noite para praticar. Não é fácil conciliar. Temos ginastas que treinam todos os dias, inclusive ao sábado, e isso é uma grande sobrecarga”, lamenta Pedro Sequeira.
Actualmente o maior desafio dos dirigentes são as instalações. No ar mantém-se o sonho de vir a ter um pavilhão onde todas as modalidades possam conviver entre si sem necessidade de constantes deslocações para vários locais, como acontece actualmente.
Uma vila onde dá gosto fazer desporto
Alhandra é uma vila onde dá gosto fazer desporto, defendem os dirigentes, elogiando os investimentos feitos na requalificação da frente ribeirinha. “Foi uma mais-valia a nível concelhio”, entende Helena Silva. O passeio ribeirinho traz centenas de pessoas aos fins de semana. Há uns anos atrás isto era um descampado com camiões estacionados. Agora é um espaço de qualidade”, nota.