Associação de reformados de Vialonga continua em terreno que não lhe pertence
Imbróglio entre fundo imobiliário e Câmara de Vila Franca de Xira arrasta-se há anos. Associação nasceu graças ao esforço e boa vontade de um grupo de pessoas, residentes em Vialonga, que se reuniram em torno do projecto de um centro de convívio. Sem o problema resolvido corre risco de despejo.
O presidente da Câmara de Vila Franca de Xira, Alberto Mesquita (PS), quer resolver até ao final do mandato (em 2017) o imbróglio da posse dos terrenos onde está construída a sede da Associação de Reformados, Pensionistas e Idosos de Vialonga (ARPIV), que não pertence nem ao município nem à colectividade.
O processo é antigo e arrasta-se há sete anos sem solução à vista, tudo porque a câmara fez um acordo com uma empresa que era dona do terreno. A contrapartida da cedência do terreno para a construção da associação, que era a aprovação de uma urbanização, não chegou a concretizar-se. A empresa em causa entrou em insolvência e o terreno da sede da associação, que também servia de moeda de troca à aprovação do loteamento, passou para um fundo imobiliário.
“Ainda não conseguimos resolver o problema da ARPIV, espero até ao final do mandato ter essa questão resolvida. Já houve reuniões entre as diferentes partes e há boas perspectivas para futuro, vamos ver como a questão vai evoluir”, explica Alberto Mesquita.
O assunto foi levantado na última reunião de câmara por Francisco Bordalo, dirigente daquela colectividade, que quis saber qual o ponto de situação das negociações. “O que gostava mesmo de saber é se o edifício é da câmara ou se continua na posse de um fundo imobiliário”, notou.
A história das novas instalações da ARPIV começam no executivo municipal então liderado por Maria da Luz Rosinha, que terá garantido em 2007 ao promotor que o loteamento ia ser aprovado e este começou a construir a nova sede da ARPIV. A ideia era depois o terreno passar para a posse do município que o cederia em regime de comodato à instituição.
Já depois da sede da ARPIV estar concluída, o município não conseguiu fazer a desafectação da zona onde iria nascer o loteamento, situado em Reserva Agrícola Nacional. Desde esse momento o promotor reclamou o pagamento das obras e do terreno mas entrou em insolvência antes que o processo ficasse concluído.
Junta preocupada com despejo
O presidente da Junta de Freguesia de Vialonga, José António Gomes, já se mostrou várias vezes preocupado com a situação, já que, a qualquer momento, pode haver uma acção de despejo. “A câmara não deve dormir sobre este assunto, que nos preocupa e não se deve arrastar no tempo”, defendeu.
A associação, em 2006, obteve a classificação de Instituição Particular de Solidariedade Social, com a intenção de criar as valências de centro de convívio, centro de dia e apoio domiciliário. Desde 26 de Abril de 2008 que está instalada na sua nova sede, na rua dos Combatentes da Grande Guerra.