O Grupo de Forcados Amadores de Coruche vai ter nova sede no mesmo edifício, propriedade da câmara, onde já está a Associação dos Amigos dos Animais de Coruche. Os forcados ficam no rés-do-chão e os amigos dos animais no primeiro andar.
O MIRANTE falou com a presidente da mesa da assembleia da associação que não sabia da novidade, mas que diz lidar bem com o assunto apesar das relações tensas entre aficionados e os defensores dos animais. “Estarem ao pé de nós ou a 50 quilómetros não tem problema para nós. A associação não tem nada contra a tourada e não somos fanáticos”, afirma Teresa Romão.
“Não gosto de ver os touros a serem picados mas até gosto de ver uma pega. É uma opinião pessoal”, sublinha Teresa Romão que compreende a existência de aficionados da tauromaquia: “É a tradição e a cultura de Coruche”, acrescenta. A presidente da mesa dos amigos dos animais diz ainda não temer manifestações ou problemas com fanáticos pela defesa dos animais, “queremos é tratar dos animais abandonados”, remata.
O MIRANTE falou também com o cabo do Grupo de Forcados Amadores de Coruche que afirma que o facto da nova sede se situar por debaixo dos amigos dos animais não criará problemas. “Só queremos respeito deles para connosco tal como temos para com eles, e nós - os aficionados - temos sido atacados brutalmente todos os dias”, sublinha Amorim Ribeiro. “Não há ninguém melhor do que nós a defender o toiro”, reforçou o cabo dos forcados de Coruche, que no dia 17 de Agosto se despediu das funções na praça de toiros da vila.
A cedência do espaço para os forcados foi aprovada na reunião de câmara de Coruche de 10 de Agosto, onde o presidente do município afirmou que o espaço no Largo do Pelourinho é cedido por empréstimo. “Era um desejo antigo dos forcados conseguir ter um local onde colocar o seu acervo histórico e os documentos da sua gestão e acção corrente”, acrescentou Francisco Oliveira (PS). O autarca referiu ainda que a tertúlia de que os forcados dispõem na praça de toiros não tem as condições suficientes para uma sede.