Mais inovações na Resitejo para melhorar o aproveitamento de resíduos
Sistema de tratamento dos municípios do Médio Tejo emprega 260 pessoas. Melhorar a recolha selectiva de resíduos, conseguir recuperar para reciclagem todo o vidro que os cidadãos não separam e reduzir a factura de energia de 50 mil euros por mês para cinco mil, através da criação de uma central própria, são os próximos objectivos da Resitejo. A empresa intermunicipal trabalha 24 horas por dia durante todo o ano e emprega 260 pessoas.
No ano em que completa vinte anos de actividade, a Resitejo, empresa intermunicipal de tratamento de resíduos do Médio Tejo, a funcionar no Eco-Parque do Relvão na Carregueira, Chamusca, vai apresentar três candidaturas a Fundos Comunitários, destinadas a melhorar o aproveitamento dos resíduos, a conseguir maior eficácia em termos ambientais e a reduzir de forma significativa a sua factura energética.
Uma das candidaturas destina-se a criar condições para um aumento significativo da recolha selectiva, concretizada através dos chamados ecopontos. A introdução de melhorias na unidade de tratamento mecânico que já permite um aproveitamento muito significativo dos materiais recicláveis que os cidadãos continuam a colocar nos contentores do lixo é o objectivo de uma outra candidatura.
“Estamos a trabalhar com a Sociedade Ponto Verde e com os industriais da reciclagem do vidro para concretizar essa candidatura. “O projecto envolve vários equipamentos de laser e de leitura óptica que permitem a separação do vidro que vem misturado com os resíduos domésticos. Já existem dois equipamentos semelhantes a funcionar em Espanha e há alguns outros noutros países europeus”, explica Diamantino Duarte, Administrador Delegado da Resitejo.
A terceira candidatura destina-se à criação de uma unidade de valorização energética. “Pretendemos utilizar os produtos de refugo da unidade de tratamento mecânica, ou seja aquilo que não é possível enviar para reciclagem, para produzir energia para consumo interno e assim baixarmos a nossa factura energética. Neste momento estamos a consumir gás natural e gastamos cerca de 50 mil euros por mês. Com a criação da nossa unidade passaremos a gastar entre 5 a 6 mil euros, o que é muito significativo e permitirá que os municípios que integram a Resitejo, continuem a ser os que pagam as tarifas mais baixas em termos de tratamento de lixos”, acrescenta o administrador.
A Resitejo completou 20 anos de existência a 9 de Agosto. O balanço geral é positivo. A instituição tem cumprido o compromisso assumido com a população do concelho da Chamusca, nomeadamente em termos sociais, através da criação de 260 portos de trabalho, o que é extremamente significativo para um concelho como a Chamusca e uma freguesia como a Carregueira.
“Há vinte anos existia uma lixeira em cada concelho, para além de diversas outras lixeiras clandestinas, onde o lixo se ia amontoando. Essas lixeiras foram encerradas e os resíduos são tratados e encaminhados para os sítios correctos, assim como foi reforçada a recolha selectiva, que em 2004 não existia e que hoje representa cerca de oito mil toneladas. Também aí foi feito um trabalho enorme” elucida o administrador.
20 anos de crescimento
A Resitejo foi constituída em 1996 com uma área de intervenção de dez concelhos: Alcanena, Chamusca, Constância, Entroncamento, Ferreira do Zêzere, Golegã, Santarém, Tomar, Torres Novas e Vila Nova da Barquinha. O sistema processa anualmente cerca de 80 mil toneladas de resíduos.
Mas estes 20 anos de actividade não foram só coisas positivas. “Um dos pontos negativos foi não termos conseguido atingir as metas do Plano Estratégico para os Resíduos Urbanos (PERSU) em 2016. Crescemos muito, de forma sustentada, mas mesmo assim não atingimos aquilo que gostaríamos de ter atingido. Vamos continuar a trabalhar e acredito que iremos cumprir as metas que foram definidas para o nosso sistema no âmbito do PERSU 2020, porque estamos no caminho certo”, garante Diamantino Duarte.